Brasil começa a prender os condenados do Mensalão e Dirceu foi dos primeiros

Domingo a operação estará concluída. O ex-ministro e braço direito de Lula entregou-se.

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Jose Dirceu entregou-se fazendo sinais de vitória NELSON ALMEIDA/AFP

A ordem de prisão foi expedida nesta sexta-feira pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro, no mesmo dia em que se celebra a Proclamação da República. O ex-braço direito de Lula da Silva foi condenado a sete anos e 11 meses de prisão por corrupção activa e dois anos e 11 meses por formação de quadrilha (associação criminosa).

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A ordem de prisão foi expedida nesta sexta-feira pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro, no mesmo dia em que se celebra a Proclamação da República. O ex-braço direito de Lula da Silva foi condenado a sete anos e 11 meses de prisão por corrupção activa e dois anos e 11 meses por formação de quadrilha (associação criminosa).

Dirceu ocupou o cargo de ministro da Casa Civil entre 2003 e 2005, os primeiros anos do primeiro mandato do Governo de Lula da Silva e era tido como o homem de confiança do então Presidente, tendo deixado o cargo após as primeiras denúncias sobre o esquema.

Segundo o jornal Estado de São Paulo,  Lula da Silva telefonou ontem a José Dirceu e ao ex-presidente do PT José Genoino logo após a expedição dos mandados de prisão contra os dois ex-dirigentes do seu partido, para lhes manifestar a sua solidariedade. "Estamos juntos", disse Lula aos seus antigos companheiros.

Outros cinco réus, de um total de 12, também já se entregam à polícia, em diferentes cidades.

O primeiro a se apresentar foi o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) José Genoino.
Tanto Genoino como Dirceu cumprirão pena em regime semiaberto, na penitenciária de Papuda, em Brasília, onde já ficaram presos outros condenados ilustres, como criminosos célebres e políticos. Fica a apenas meia-hora da Esplanda dos Ministérios, diz o jornal Estado de São Paulo.

Entre os condenados que já se entregaram estão ainda a ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello; Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério (publicitário condenado como o "executor" do esquema); Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério; e Romeu Queiroz, ex-deputado pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Outros seis mandados de prisão ainda precisam ser cumpridos.

A previsão é de que todos os réus que se entregaram em outras cidades sejam transferidos no domingo para Brasília.