Tempos de dança em Viseu

Segunda edição de New Age, New Time com seis coreografias nacionais.

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Leonor Keil é a bailarina que dá corpo a Como é que eu vou fazer isto? Adriano Miranda

O destaque de New Age, New Time vai para o encontro entre a bailarina Leonor Keil e a coreógrafa Tânia Carvalho. Sábado à tarde estreia o primeiro solo de um conjunto que marca 20 anos de um percurso que fez de Keil uma das mais versáteis e generosas bailarinas portuguesas.

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O destaque de New Age, New Time vai para o encontro entre a bailarina Leonor Keil e a coreógrafa Tânia Carvalho. Sábado à tarde estreia o primeiro solo de um conjunto que marca 20 anos de um percurso que fez de Keil uma das mais versáteis e generosas bailarinas portuguesas.

Como é que eu vou fazer isto?, dúvida que é, ao mesmo tempo, um desafio, ensaiará modos de construção num corpo que Tânia Carvalho vê como um grito: “Um grito muito alto, muito grande. Um grito que é capaz de nos varrer a todos.”

A coreógrafa apresenta ainda The Recoil of Words, que também interpreta juntamente com Luís Guerra e Marlene Monteiro Freitas, peça construída sobre uma partitura musical de Julia Wolf para gaita de foles. A peça explora linhas características do trabalho de Carvalho, sobretudo a complexificação de um movimento alegadamente abstracto mas que guarda o essencial de uma composição clássica.

O programa inclui ainda Zoo, de Victor Hugo Pontes, coreografia que sucede a A Ballet Story e que permite admitir que ao coreógrafo sempre importou questionar o que é a formalização do movimento. Também em Salto, de André Mesquita, é de um debate com a forma que se parte para uma coreografia em que o artista residente do Teatro Viriato explora “o conceito de dobra” proposto por Gilles Deleuze, ou seja, a descontinuidade como matéria.

Peter Michael Dietz pergunta no solo I don’t belong here...believe me... que posição é esta de estar em frente de um público ou no meio dele? E Lander Patrick, o mais novo de todos os coreógrafos convidados, apresenta Noodles never break when boiled, performance que assume um desejo de manipulação do espectador a partir da percepção do tempo e do espaço.