Investigadores acusam Governo de “falta de visão estratégica” para a ciência

Debate em Coimbra sobre a política de investigação científica. Tecido científico nacional está a ser destruído, defendem investigadores.

Foto
O investigador bolseiro está num regime precário, defende ABIC João Henriques (arquivo)

A investigação científica passou de “um programa de estabilidade para um programa de competição sem regras”, criticou António Matos, dirigente do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), uma das entidades responsáveis pelo debate “2014: a política nacional de investigação científica”, a par da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC).

António Matos considerou que se está a assistir ao “afunilamento de docentes, de investigadores”, à diminuição do número de “projectos de investigação” e ao aumento da “precariedade dos bolseiros de investigação”.

“Este Governo rapidamente destruiu parte do tecido científico nacional”, criticou o também investigador da Universidade da Beira Interior, no decorrer do debate, que se realizou por volta das 15h00, no Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra.

João Pedro Ferreira, da direcção nacional da ABIC, salientou que “o investigador bolseiro está num regime precário, em que não tem direito à Segurança Social mínima, nem ao fundo de desemprego”.

Tal situação, segundo o dirigente da ABIC, leva a uma “sangria”, com os investigadores a encontrarem na emigração “o único caminho para garantir estabilidade”. João Pedro Ferreira alertou para a diminuição do número de bolsas disponíveis, afirmando que “é necessário lutar por um sistema alternativo”.

Carlos Henggeler Antunes, presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra, referiu, durante o debate, que, com a diminuição de fundos e com os seus atrasos, entra-se num “ciclo em que não há transferência de fundos, porque não se executam projectos, e depois não se executam projectos, porque não há transferência de fundos”.

O presidente do instituto frisou que, além da falta de financiamento, “a principal dificuldade que as unidades de investigação sentem é a burocracia absolutamente asfixiante da FCT”.

A Lusa tentou contactar a FCT para obter um comentário, sem conseguir, até ao momento.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A investigação científica passou de “um programa de estabilidade para um programa de competição sem regras”, criticou António Matos, dirigente do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), uma das entidades responsáveis pelo debate “2014: a política nacional de investigação científica”, a par da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC).

António Matos considerou que se está a assistir ao “afunilamento de docentes, de investigadores”, à diminuição do número de “projectos de investigação” e ao aumento da “precariedade dos bolseiros de investigação”.

“Este Governo rapidamente destruiu parte do tecido científico nacional”, criticou o também investigador da Universidade da Beira Interior, no decorrer do debate, que se realizou por volta das 15h00, no Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra.

João Pedro Ferreira, da direcção nacional da ABIC, salientou que “o investigador bolseiro está num regime precário, em que não tem direito à Segurança Social mínima, nem ao fundo de desemprego”.

Tal situação, segundo o dirigente da ABIC, leva a uma “sangria”, com os investigadores a encontrarem na emigração “o único caminho para garantir estabilidade”. João Pedro Ferreira alertou para a diminuição do número de bolsas disponíveis, afirmando que “é necessário lutar por um sistema alternativo”.

Carlos Henggeler Antunes, presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra, referiu, durante o debate, que, com a diminuição de fundos e com os seus atrasos, entra-se num “ciclo em que não há transferência de fundos, porque não se executam projectos, e depois não se executam projectos, porque não há transferência de fundos”.

O presidente do instituto frisou que, além da falta de financiamento, “a principal dificuldade que as unidades de investigação sentem é a burocracia absolutamente asfixiante da FCT”.

A Lusa tentou contactar a FCT para obter um comentário, sem conseguir, até ao momento.