Governo não pode “permanentemente invocar” constrangimentos da troika sobre salário mínimo, diz BE

Bloquistas respondem ao ministro Pedro Mota Soares que remeteu um eventual aumento do salário mínimo só para o segundo semestre de 2014.

“Quem define as políticas são os governos eleitos. O Governo de Portugal tem uma palavra a dizer sobre política e não podemos estar permanentemente a invocar os constrangimentos da troika. Não consigo perceber como é que o ministro considera que é mau para as empresas e o país o aumento do SMN agora e já o considera positivo no segundo semestre [de 2014]”, disse à agência Lusa a deputada bloquista Mariana Aiveca.

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“Quem define as políticas são os governos eleitos. O Governo de Portugal tem uma palavra a dizer sobre política e não podemos estar permanentemente a invocar os constrangimentos da troika. Não consigo perceber como é que o ministro considera que é mau para as empresas e o país o aumento do SMN agora e já o considera positivo no segundo semestre [de 2014]”, disse à agência Lusa a deputada bloquista Mariana Aiveca.

A parlamentar do Bloco falava depois do ministro do Emprego e da Solidariedade ter remetido hoje um eventual aumento do salário mínimo nacional para depois do programa de assistência financeira, dado o actual constrangimento imposto no memorando de entendimento, que deixa de vigorar em Junho de 2014.

“Quando acabar o programa de assistência, Portugal deixa de ter um constrangimento que foi introduzido no memorando original, assinado com o anterior Governo, que não permite o aumento do salário mínimo sem antes essa matéria ser discutida com a troika”, disse Pedro Mota Soares aos jornalistas.

Mota Soares falou à imprensa no final da sessão de abertura de uma conferência da OIT, em Lisboa, sobre a crise do desemprego em Portugal.

Sobre o relatório da OIT hoje revelado, o BE diz que o executivo deveria olhar “com toda a atenção” para o documento no que refere em concreto ao aumento do salário mínimo. “Há um consenso na concertação social, como bem se sabe. (...) É uma emergência nacional, precisamos de dinamizar a economia, precisamos de crescimento económico e precisamos sobretudo de combater o desemprego e este também seria um contributo importante”, sublinhou Mariana Aiveca.