CIP diz que reforma aos 66 anos é o “limite admissível”

Indústria exige compensações e pede o fim das quotas de acesso ao subsídio de desemprego e o descongelamento das reformas antecipadas no privado.

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Para António Saraiva, o aumento da idade da reforma penaliza “o refrescamento dos quadros das empresas” Miguel Manso

António Saraiva, presidente da confederação, considera que as empresas devem ser compensadas pelo aumento da reforma dos 65 para os 66 anos e exige o fim das quotas para acesso ao subsídio de desemprego nas rescisões e a recuperação das reformas antecipadas no sector privado.

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António Saraiva, presidente da confederação, considera que as empresas devem ser compensadas pelo aumento da reforma dos 65 para os 66 anos e exige o fim das quotas para acesso ao subsídio de desemprego nas rescisões e a recuperação das reformas antecipadas no sector privado.

“Compreendemos a necessidade de garantir a sustentabilidade da Segurança Social”, realçou à saída da reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, que está a discutir o aumento da idade da reforma e o pagamento dos subsídios de férias e de Natal em duodécimos aos trabalhadores do privado. Porém, acrescentou, “o aumento da idade da reforma vem penalizar o refrescamento dos quadros das empresas”.

Para a CIP, as quotas de acesso ao subsídio de desemprego por parte dos trabalhadores que fazem rescisões amigáveis devem ser eliminadas ou, pelo menos, reformuladas. Além disso, deve ser recuperada a possibilidade de os trabalhadores do sector privado pedirem a reforma antecipada, que está congelada desde Abril de 2012.

Metade dos subsídios no privado em duodécimos
António Saraiva teve que sair da reunião mais cedo, precisamente na altura em que o ministro do Emprego e da Segurança Social explicava de que forma é que o Governo vai articular o aumento da idade da reforma em função da evolução da esperança média de vida, com o chamado factor de sustentabilidade (que reflecte no valor das pensões o aumento da esperança média de vida). Para 2014, o Governo já assumiu que a idade da reforma passa dos 65 para os 66 anos, por via da alteração da fórmula de cálculo da pensão de sustentabilidade, que passa a ter como referência o ano 2000 em vez de 2006.

António Saraiva confirmou ainda que os trabalhadores do sector privado poderão receber, em 2014, metade dos subsídios de férias e de Natal em duodécimos. A solução é semelhante à que está a ser aplicada este ano e ficará ao critério do trabalhador.

Embora a CIP defenda a existência de um regime único, de preferência o pagamento em duodécimos, não se opõe a que se repita em 2014 a solução encontrada em 2013 para evitar que os rendimentos mensais das famílias fossem muito penalizados pela alteração dos escalões de IRS.