Família de estudante cigana expulsa de França agredida no Kosovo

O parceiro de coligação no Governo de esquerda, o Europa Ecologia/Os Verdes, classifica as declarações do Presidente François Hollande e do ministro do Interior como "desumanas e incompreensíveis".

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Leonarda Dibrani recusa-se a regressar a França sem a sua família ARMEND NIMANI/AFP

Citando fontes da polícia, que falaram sob anonimato, a agência de notícias avança que a família Dibrani foi atacada por um grupo de desconhecidos.

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Citando fontes da polícia, que falaram sob anonimato, a agência de notícias avança que a família Dibrani foi atacada por um grupo de desconhecidos.

A mãe, Xhemaili, de 41 anos, "foi hospitalizada" e os seus filhos "ficaram traumatizados e foram levados para uma esquadra da polícia" de Mitrovica, cidade onde chegaram depois de terem sido expulsos de França, no dia 9 de Outubro.

As fontes ouvidas pela AFP não avançaram pormenores sobre o que aconteceu ao pai de Leonarda, Resat Dibrani, de 47 anos, mas dizem que também ele foi hospitalizado.

"Isto prova que os Dibrani não estão em segurança aqui", disse uma das fontes da polícia do Kosovo citadas pela agência francesa.

Leonarda Dibrani foi identificada e levada pela polícia francesa durante uma visita de estudo da escola em que estava inscrita. A sua expulsão – e principalmente a forma como foi feita – tem sido um assunto polémico em França.

Sem nunca pôr em causa a legalidade da acção, o Presidente francês, François Hollande, disse que as forças de segurança podem não ter mostrado "o discernimento necessário" ao interpelarem a jovem durante a excursão.

Hollande anunciou que Leonarda pode regressar a França, sozinha, para concluir os seus estudos, mas a adolescente recusou-se a viajar sem o resto da sua família. "Não vou para França sozinha", disse Leonarda. "Não vou abandonar a minha família."

Parceiro de coligação critica Hollande e ministro do Interior
O parceiro da coligação no Governo liderada pelo Partido Socialista, o Europa Ecologia/Os Verdes, classificou neste domingo a proposta do Presidente francês e a reacção do ministro do Interior, Manuel Vals, como "desumanas e incompreensíveis".

Depois de o Presidente ter dito que Leonarda poderia regressar a França se fizesse um pedido formal, o ministro do Interior considerou que François Hollande estava a ser "generoso" e reafirmou que o resto da família Dibrani não poderia regressar.

"A situação desta família deve ser vista no contexto da discriminação inaceitável em relação aos roma", lê-se no comunicado do Europa Ecologia/Os Verdes.