Primeiro-ministro da Líbia libertado após sequestro

Governo tinha confirmado que Ali Zeidan foi levado mas dizia que estava por esclarecer se foi uma detenção ou sequestro.

Foto
Controlo de segurança à porta do hotel de Trípoli de onde o primeiro-ministro foi levado MAHMUD TURKIA/AFP

Fontes governamentais citadas pela BBC adiantaram que poucas horas após ter sido levado Ali Zeidan foi libertado, mas não deram mais informação sobre o caso.<_o3a_p>

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Fontes governamentais citadas pela BBC adiantaram que poucas horas após ter sido levado Ali Zeidan foi libertado, mas não deram mais informação sobre o caso.<_o3a_p>

A primeira informação sobre o desaparecimento tinha sido avançada pelo Governo daquele país, citado pela BBC, que adiantou que o incidente aconteceu num momento confuso e que ficou por esclarecer se Ali Zeidan foi mesmo sequestrado ou apenas detido.

“Foi levado por homens armados para um lugar desconhecido por razões desconhecidas”, dizia o breve comunicado governamental. O Governo já anunciou uma convocação urgente do conselho de ministros e apelou à calma dos cidadãos.

O momento foi captado pela estação televisiva Al-Arabiya. Na altura, o governante estava num hotel no centro de Trípoli, onde reside, quando um grupo de homens armados invadiu o local e o levou para parte incerta. De acordo com a BBC, um grupo de antigos rebeldes, conhecido como Centro de Operações dos Revolucionários e considerado próximo do executivo, adiantou que Ali Zeidan foi levado na sequência de uma ordem judicial, mas o Governo não confirmou estas informações. À Reuters, fontes do hotel também asseguraram tratar-se de uma detenção.

A situação na Líbia, instável desde a queda de Khadafi em Outubro de 2011, complicou-se nos últimos dias, depois de o Governo norte-americano ter realizado, no último fim-de-semana, duas operações militares fora do seu território para capturar líderes de organizações terroristas. Uma delas foi na Líbia, onde os comandos envolvidos na operação prenderam Abu Anas al-Liby, um dos principais cabecilhas da Al-Qaeda e procurado por supostamente ter feito em 1998 dois atentados contra as embaixadas norte-americanas no Quénia e Tanzânia.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, não demorou a reagir: “Esperemos que isto torne claro que os EUA nunca abandonarão os seus esforços no sentido de responsabilizar os que praticam actos de terror”. Mas Kerry não comentou a reacção do Governo líbio, que num comunicado lamentou não ter sido informado de que iria haver uma operação militar estrangeira no seu território. O comunicado diz que foram exigidas explicações ao Governo de Washington, que é acusado de “rapto de um cidadão por um comando não autorizado”.

A sua prisão gerou indignação na Líbia, em especial na cidade de Bengasi, onde os movimentos islamitas apelaram logo no sábado à noite à população para sair à rua e manifestar-se contra a América e contra o Governo de Trípoli, acusado de ser demasiado permissivo para com os americanos — e agora também acusado de não conseguir garantir a soberania do país. O primeiro-ministro interino, Ali Zeidan — que vivia exilado na Suíça quando Khadafi dirigia o país —, é acusado de ceder demasiado ao Ocidente.