Like Someone in Love

Talvez pudesse ser altura de juntarmos Woody Allen e Abbas Kiarostami: ambos têm recentemente filmado “em viagem”, fora dos seus habituais territórios de caça, sem que isso altere minimamente as coordenadas dos seus respectivos cinemas. Depois do “italiano” Cópia Certificada (2010), o “japonês” Like Someone in Love é profundamente nipónico na pacatez simples, quase zen, com que o iraniano desenha ternamente o encontro entre uma universitária que se prostitui para ganhar dinheiro e um professor reformado que parece buscar outra coisa que não sexo. Mas é também completamente Kiarostami na forma como tudo fica por dizer e por explicar, como o iraniano utiliza o seu habitual jogo de espelhos entre ficção e realidade, verdade e fantasia, para reflectir sobre a condição humana. É pena o final reintroduzir abruptamente a dimensão abstracta em que às vezes Kiarostami se perde e que o realizador conseguira contornar elegantemente durante todo o filme.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Talvez pudesse ser altura de juntarmos Woody Allen e Abbas Kiarostami: ambos têm recentemente filmado “em viagem”, fora dos seus habituais territórios de caça, sem que isso altere minimamente as coordenadas dos seus respectivos cinemas. Depois do “italiano” Cópia Certificada (2010), o “japonês” Like Someone in Love é profundamente nipónico na pacatez simples, quase zen, com que o iraniano desenha ternamente o encontro entre uma universitária que se prostitui para ganhar dinheiro e um professor reformado que parece buscar outra coisa que não sexo. Mas é também completamente Kiarostami na forma como tudo fica por dizer e por explicar, como o iraniano utiliza o seu habitual jogo de espelhos entre ficção e realidade, verdade e fantasia, para reflectir sobre a condição humana. É pena o final reintroduzir abruptamente a dimensão abstracta em que às vezes Kiarostami se perde e que o realizador conseguira contornar elegantemente durante todo o filme.