Sérgio Monteiro chamado ao Parlamento por causa dos transportes públicos
Requerimento do PS para ouvir o secretário de Estado foi aprovado terça-feira.
A audição, que não foi ainda agendada, servirá para debater temas relacionados com o sector, nomeadamente as concessões a privados que o Governo quer concretizar no próximo ano. Além disso, deverá ser discutido o reequilíbrio das contas das transportadoras do Estado, exigido pela troika, e o tema da fraude.
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A audição, que não foi ainda agendada, servirá para debater temas relacionados com o sector, nomeadamente as concessões a privados que o Governo quer concretizar no próximo ano. Além disso, deverá ser discutido o reequilíbrio das contas das transportadoras do Estado, exigido pela troika, e o tema da fraude.
O pedido do PS, que foi apresentado no início desta semana, fazia referência à “contínua degradação da mobilidade na área metropolitana de Lisboa” e à “diminuição de milhões de utilizações por parte dos utentes (…) consubstanciando um prejuízo para a economia e agravando a crise social”.
Os socialistas lamentavam o facto de o Governo justificar a sucessiva perda de passageiros com o “aumento da fraude, sem fundamentar adequadamente esses dados”. Recorde-se que, tal como o PÚBLICO avançou na semana passada, a Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa entregou um estudo ao executivo em que se concluía que, na Carris, a taxa média de fraude é superior a 15%, havendo uma carreira da empresa que chegou a atingir os 59%, de acordo com a observação directa feita no local.
No requerimento, citado pela Lusa, os deputados subscritores referem ainda que os projectos para concessionar empresas como a Carris e a Metro de Lisboa estão a ser feitos “sem articulação com as autarquias e sem que se perceba exactamente os moldes em que tal vai ser feito”.
Um dos objectivos do Governo é reequilibrar o resultado operacional do sector – uma das exigências feitas pela troika e que foi cumprida no final de 2012, com recurso a ajustamentos na oferta, reduções no quadro de pessoal e aumentos de preços. No entanto, não é certo que a meta seja atingida este ano, visto que, na sequência do chumbo do Tribunal Constitucional, as empresas foram obrigadas a pagar o subsídio de férias aos trabalhadores.