NSA espiou a rede VISA e transacções bancárias internacionais

Espionagem é feita por departamento chamado Follow the Money

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A sede da NSA, em Fort Meade, Maryland REUTERS

A espionagem electrónica é feita por um departamento da NSA denominado Follow the Money, correntemente designado pelas iniciais FTM. A informação é depois dirigida para a base de dados Tracfin. O objectivo é ter acesso às transacções feitas por clientes da empresa norte-americana Visa na Europa, no Médio Oriente e em África, segundo uma das apresentações em Power Point a que teve acesso Edward Snowden, analista informático que trabalhou para a NSA e a CIA e que resolveu divulgar como funciona o sistema de espionagem electrónico norte-americano.

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A espionagem electrónica é feita por um departamento da NSA denominado Follow the Money, correntemente designado pelas iniciais FTM. A informação é depois dirigida para a base de dados Tracfin. O objectivo é ter acesso às transacções feitas por clientes da empresa norte-americana Visa na Europa, no Médio Oriente e em África, segundo uma das apresentações em Power Point a que teve acesso Edward Snowden, analista informático que trabalhou para a NSA e a CIA e que resolveu divulgar como funciona o sistema de espionagem electrónico norte-americano.

Se a NSA declarava como objectivo “recolher, analisar e guardar dados transaccionais”, uma porta-voz da Visa garantiu à revista alemã, no entanto, que não é possível que sejam retirados dados da rede da empresa.

A base de dados Tracfin continha também dados da Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (SWIFT), uma rede com sede na Bélgica usada por milhares de bancos para enviar de forma segura a informação relativa a transacções bancárias. A SWIFT foi considerada um alvo e foi espiada a vários níveis, de acordo com outros documentos citados pela Spiegel.

A Bélgica entretanto anunciou estar a investigar as suspeitas de ciberespionagem feita por um outro Estado à principal empresa de telecomunicações nacional, a Belgacom, que é também um dos grandes no mercado dos operadores de voz em África e no Médio Oriente. Em Julho, o grupo queixou-se de que alguém tinha entrado em vários dos seus servidores e computadores e um jornal apontou como possível culpado a NSA.

"O inquérito mostrou que este ataque só poderia ser possível se o intruso tivesse meios financeiros e logísticos significativos", afirmam procuradores federais belgas, num comunicado em que anunciam que a Belgacom apresentou queixa pela invasão dos seus servidores e computadores, citado pela agência Reuters. "Este facto, combinado com a complexidade técnica da invasão e a escala com que ocorreu, aponta para ciberespionagem internacional apoiada por um Estado".

Mas os procuradores não avançam qualquer suspeita sobre que Estado será esse.

14h41: Correcção do título: espiou em vez de espionou