Costa Concordia já mexe, mas operação para endireitar o navio decorre muito lentamente

Centenas de pessoas participam no resgate inédito de um navio destas dimensões.

Fotogaleria

Segundo Marcelo Luschi, um engenheiro do observatório ambiental, “a fase crítica de separar o navio das rochas já foi ultrapassada”, mesmo que, a olho nu, o navio pareça estar exactamente como estava no início dos trabalhos. A operação para pôr na vertical o gigantesco navio deveria durar cerca de 12 horas, mas a meio da tarde percebeu-se que seriam necessárias mais horas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Segundo Marcelo Luschi, um engenheiro do observatório ambiental, “a fase crítica de separar o navio das rochas já foi ultrapassada”, mesmo que, a olho nu, o navio pareça estar exactamente como estava no início dos trabalhos. A operação para pôr na vertical o gigantesco navio deveria durar cerca de 12 horas, mas a meio da tarde percebeu-se que seriam necessárias mais horas.

Cerca de 500 pessoas estão a participar nesta operação, uma estreia mundial para um navio deste tamanho – 114 mil toneladas, 290 metros de comprimento, 35 metros de largura, 57 metros de altura –, sob a direcção do perito sul-africano em resgates de navios Nick Sloane.

O navio, que está completamente deitado sobre o flanco direito, foi estabilizado graças a centenas de sacos de cimento colocados por mergulhadores no fundo do mar, e por uma plataforma do tamanho de um campo de futebol que foi fixada e se encontra debaixo de água, e na qual vão repousar os blocos colocados no flanco esquerdo do navio assim que este estiver na vertical.

O barco será levantado com a ajuda de enormes cabos até ao momento em que será a força da gravidade a fazer o seu trabalho. Quando o Concordia estiver direito, serão imediatamente colocados contrapesos flutuantes no seu flanco direito, para equilibrar o barco, de modo a que este não se deite para o outro lado.

A rotação está a ser gerida à distância, numa “sala de comando”, por 12 pessoas, cada uma frente a um computador com uma tarefa distinta a desempenhar. A plataforma flutuante onde estes se encontram está ligada ao navio por dois “cordões umbilicais” (um principal e um suplente).

“Endireitar o Concordia representa o menor risco”, garantiu no domingo o chefe da protecção civil Franco Gabrielli, igualmente comissário especial do Governo para a gestão do caso Concordia. “A nossa principal preocupação relaciona-se com eventuais problemas de natureza ambiental”, disse Gabrielli, citado pela AFP. À volta do navio foram colocadas barreiras marinhas flutuantes antipoluição e está também previsto um dispositivo para bombear líquidos tóxicos que possam sair do navio durante a operação.

“Estamos a retirar amostras da água do mar a 50 cm e a um metro de profundidade com regularidade. Não estamos à espera de valores alarmantes em termos de concentração tóxica, mas sim de algumas perturbações temporárias do ambiente marinho”, disse à AFP Marcello Mossa Verre, um responsável da agência regional de controlo ambiental.

O Costa Concordia naufragou a 13 de Janeiro de 2012 e no acidente morreram 32 pessoas.