Nicole e Theresa querem mudar a ideia de beleza no Miss America

No próximo domingo, o famoso concurso de beleza vai escolher a mulher mais bonita dos Estados Unidos.

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Loura, com olhos azuis. Uma jovem típica jovem em Keokuk, no Iowa. A única diferença é ter o braço incompleto mas isso nunca a impediu de fazer o que qualquer amiga fazia: dançar, nadar e jogar basebol.

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Loura, com olhos azuis. Uma jovem típica jovem em Keokuk, no Iowa. A única diferença é ter o braço incompleto mas isso nunca a impediu de fazer o que qualquer amiga fazia: dançar, nadar e jogar basebol.

Numa entrevista, citada pelo Huffington Post, Nicole diz que não quer ficar conhecida pela sua deficiência. “Não estou aqui porque sou diferente mas porque tenho a inteligência, a capacidade e tudo o que uma Miss América deve ter”. “Estou orgulhosa por representar aqueles que são diferentes, mas também pelo que podem fazer e como podem celebrá-lo”, continua a jovem do Iowa.

Nicole é nova nas andanças dos concursos de beleza mas rapidamente foi chegando ao primeiro lugar das competições. A primeira experiência aconteceu em Janeiro e a mais recente deu-lhe o título de Miss Iowa. Antes das eleições de mulher mais bonita, licenciou-se em Direcção e Gestão de Teatro pela Universidade de Nebraska-Lincoln e estagiou em teatros em Chicago ou Nova Iorque. Os estágios resultaram num emprego como responsável pelo acompanhamento das crianças que representaram na peça "The Assembled Parties”, na Broadway, conta o Huffington Post.

Com a vitória no concurso Miss America espera conseguir o trabalho que ambiciona, a gestão de um teatro.

Nicole não é a primeira norte-americana com uma deficiência física a concorrer ao Miss América, nem seria a primeira a receber o título caso ganhasse no domingo. Em 1995, Heather Whitestone, do Alabama, foi eleita a mulher mais bonita dos Estados Unidos e usava um aparelho de som por ter uma deficiência auditiva.

Militar, pugilista e tatuada
Na edição de 2013, há ainda a sargento Theresa Vail, do Kansas. É a segunda militar a concorrer ao título na história do Miss América, que este ano decorre no Boardwalk Hall, em Atlantic City, mas será a primeira a fazê-lo com tatuagens: uma com a insígnia do U.S. Army Dental Corps e outra com a Oração da Serenidade.

Hábil utilizadora de M16 enquanto militar, pugilista, mecânica, explica à revista People o porquê de desafiar os estereótipos de beleza até aqui impostos pela maioria dos concursos de beleza. Theresa diz que quer ajudar as mulheres a superarem os estereótipos e quebrar barreiras. “Que hipócrita seria se cobrisse as minhas tatuagens. Como dizer a outras mulheres a serem destemidas e verdadeiras com elas próprias se não consigo fazer o mesmo?”.

À People sublinha que “ninguém espera que uma mulher soldado seja uma rainha de beleza”. “Mas eu só quero quebrar estereótipos”, reforça. “Fui alvo de bullying quando era criança. Foi tão complicado que quase ponderei o suicídio”, lembra a jovem. “Sei que muitas jovens olham para as candidatas a concursos de beleza e pensam ‘Que vida perfeita têm’. Mas quero que saibam que não tive uma vida perfeita. E que a beleza vem de dentro”.