Investigadores de Leiria criam gelado feito a partir de microalgas

Gelado vai ser oferecido durante este fim-de-semana à saída da praia na Figueira da Foz.

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Microalgas são antioxidantes e podem prevenir doenças Rui Gaudêncio

Nos laboratórios do grupo de investigação em recursos marinhos da Escola Superior de Tecnologia do Mar, pertencente ao IPL e localizada em Peniche, as microalgas, já antes utilizadas em suplementos alimentares, são estudadas há um ano. Desde então, o gelado tem vindo a ser alvo de provas de degustação para melhor se adaptar ao paladar dos consumidores.

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Nos laboratórios do grupo de investigação em recursos marinhos da Escola Superior de Tecnologia do Mar, pertencente ao IPL e localizada em Peniche, as microalgas, já antes utilizadas em suplementos alimentares, são estudadas há um ano. Desde então, o gelado tem vindo a ser alvo de provas de degustação para melhor se adaptar ao paladar dos consumidores.

Os investigadores afirmam que o gelado tem “um grande efeito benéfico” na regularização do trato intestinal, pelo que os problemas de obstipação “serão minimizados”.

“Em termos da capacidade antioxidante associada às algas, sabemos que as algas vão minimizar problemas de stress oxidativo, que poderão dar origem a doenças cardiovasculares, oncológicas", explica Susana Bernardino, docente envolvida na investigação. Estas doenças serão prevenidas pela capacidade de antioxidação das algas. Além disso, explica, "sendo o teor de lactose reduzido em 50 a 55%, um intolerante à lactose pode consumir este gelado”.

Com o aproveitamento dos recursos marinhos, os cientistas querem trazer as algas para a alimentação ocidental, à semelhança do que acontece na cultura oriental.

Ao fim de um ano, o resultado final é um gelado fabricado a partir de algas e uma substância denominada kefir (microorganismos compostos), de cor verde, que a partir desta sexta-feira e até domingo vai ser oferecido à saída da praia na Figueira da Foz aos transeuntes pela Emanha, uma geladaria de fabrico artesanal com lojas na Figueira da Foz e Lisboa.

O projecto de investigação, financiado por fundos comunitários em cerca de 33 mil euros destinados a comparticipar investigadores bolseiros, insere-se na estratégia de desenvolvimento de investigação aplicada às necessidades das empresas, criando soluções que facilitem a inovação e competitividade.