Líder iraniano espera que Obama esteja a "falar a sério"

Ayatollah Ali Khamenei acusa os EUA de usarem ameaça de ataque à Síria para beneficiar interesses israelitas

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Teerão avisa que um ataque à Síria terá "graves consequências" Reuters/Irna

O Irão, um dos principais aliados políticos e militares de Damasco, foi um dos primeiros países a apoiar a proposta apresentada na segunda-feira pela Rússia para que o regime de Bashar al-Assad coloque os seus arsenais químicos sob supervisão internacional, com vista à sua posterior destruição – um plano que a Síria disse estar disposta a aceitar.

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O Irão, um dos principais aliados políticos e militares de Damasco, foi um dos primeiros países a apoiar a proposta apresentada na segunda-feira pela Rússia para que o regime de Bashar al-Assad coloque os seus arsenais químicos sob supervisão internacional, com vista à sua posterior destruição – um plano que a Síria disse estar disposta a aceitar.

Terça-feira, num discurso ao país, Barack Obama disse ter pedido ao Congresso que adie a votação de um texto autorizando uma intervenção militar contra a Síria, de forma a explorar a nova via diplomática. Contudo, tanto Washington como França, primeira autora de uma proposta de resolução ao Conselho de Segurança, mantêm a ameaça de um ataque caso Damasco não cumpra o prometido.

“Esperamos que a nova atitude dos Estados Unidos em relação à Síria seja séria e não apenas um jogo político”, disse o chefe de Estado iraniano num discurso em Teerão. Khamenei acusou ainda os EUA – país a que os líderes iranianos se referem habitualmente como o “Grande Satã” – de “ameaçarem lançar uma guerra contra os povos da região para beneficiar os sionistas [Israel]".

Desde que os EUA colocaram em cima da mesa a hipótese de um ataque punitivo contra o regime sírio, a quem imputam o gaseamento de centenas de civis nos subúrbios de Damasco, a 21 de Agosto, o Irão avisou para as pesadas consequências de tal iniciativa. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas chegou mesmo a afirmar que um ataque americano à Síria iria deixar Israel, principal aliado regional de Washington, “em chamas”.