Rajoy promete descida de impostos em Espanha

Na rentrée do PP espanhol, o chefe de Governo ensaiou o discurso da recuperação da economia. “Espanha levantou a cabeça num tempo recorde”, insistiu.

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A lutar contra o desgaste do Governo nas sondagens, o presidente do executivo espanhol garantiu, no sábado, que nada o vai distrair do objectivo de sair da crise económica. Centrando o discurso na unidade do Governo e na recuperação da economia espanhola, que espera ver nos próximos meses, lançou a frase meteórica com a promessa de uma diminuição da carga fiscal.

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A lutar contra o desgaste do Governo nas sondagens, o presidente do executivo espanhol garantiu, no sábado, que nada o vai distrair do objectivo de sair da crise económica. Centrando o discurso na unidade do Governo e na recuperação da economia espanhola, que espera ver nos próximos meses, lançou a frase meteórica com a promessa de uma diminuição da carga fiscal.

“As coisas não estão bem, [mas] estão melhores do que há um ano”. E, segundo Rajoy, daqui a um ano, quando a actividade económica estiver melhor, será tempo de falar em menos impostos.

Minado na credibilidade por causa das suspeitas de contabilidade paralela e ilegal no PP, e em rota descendente nas sondagens, Rajoy procurou animar o partido, nota o jornal El País. E se a promessa marca a rentrée política deste ano, não marca menos a rentrée de 2014, seja qual for o cenário que o chefe de Governo trouxer preparado para o habitual discurso do líder do PP em Soutomaior.

Este ano, o chefe de Governo repetiu, na Galiza, os argumentos sobre a resposta do Governo à crise: Espanha continua a enfrentar problemas, mas a situação mudou; e o que é importante é resolver a crise económica e financeira. “Nada me vai distrair desse objectivo; não vou renunciar a essa prioridade e não vou mudar o rumo que traçámos” no debate de investidura do Governo.

Rajoy quer lançar até ao final do ano a reforma do sistema de pensões e, segundo o El País, a ministra do Emprego, Fátima Báñez, procura evitar um novo confronto com os sindicatos, suavizando uma proposta, de um grupo de trabalho, para o ciclo económico ser um dos factores de sustentabilidade usados como indicadores para calcular as pensões de reforma.

Em Soutomaior, rodeado de árvores e com o castelo ao fundo, Rajoy procurou passar uma mensagem de tranquilidade sobre a situação do país e do Governo, considerando que as reformas em curso darão frutos e dizendo-se “orgulhoso” de todos os membros do executivo. “Espanha levantou a cabeça num tempo recorde”, argumentou.

Quarta maior economia da zona euro, Espanha entrou em 2013 no segundo ano de recessão e enfrenta um nível de desemprego historicamente elevado: mais de um quarto da população activa (26,3%) não encontra lugar no mercado de trabalho, havendo registo de 5,9 milhões de desempregados, segundo o Eurostat.

Com o consumo privado em queda, a procura interna a recuar e o investimento a diminuir, Espanha continuou em recessão no segundo trimestre. Embora a queda do PIB tenha abrandado, houve uma contracção de 0,1% do Produto Interno Bruto em relação aos três primeiros meses do ano e uma queda de 1,6% face ao trimestre homólogo.