A Tomatina espanhola foi privatizada e agora é preciso pagar bilhete

Quem quiser entrar na "guerra do tomate" tem de pagar dez euros. Lotação está esgotada para o primeiro dia.

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Este ano o acesso ao evento está reservado a 20 mil pessoas REUTERS/Heino Kalis

A festa começa na última quarta-feira do mês e dura uma semana. Todos os anos, milhares de pessoas (no ano passado foram 40 mil) enchem a Plaza del Pueblo logo pela manhã, para uma autêntica “batalha” campal. As armas são mais de 100 toneladas de tomates, que deixam tudo pintado de vermelho.

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A festa começa na última quarta-feira do mês e dura uma semana. Todos os anos, milhares de pessoas (no ano passado foram 40 mil) enchem a Plaza del Pueblo logo pela manhã, para uma autêntica “batalha” campal. As armas são mais de 100 toneladas de tomates, que deixam tudo pintado de vermelho.

A tradição cumpre-se desde 1945, ano em que teve início com uma pequena “batalha tomatal” entre amigos, mas este ano tem novos contornos. A Spaintastic, empresa à qual foi concessionada a organização do evento, sem concurso público, vai cobrar dez euros pela entrada por pessoa, segundo o jornal espanhol El País. E os bilhetes já estão esgotados para a próxima quarta-feira. Quem quiser subir aos camiões para ter mais sucesso no “tiro ao alvo”, tem de pagar 750 euros.

Pela primeira vez os acessos à festa serão limitados a 20 mil pessoas. Quinze mil serão participantes que compram o bilhete, e os restantes, entre residentes e turistas alojados em Buñol, podem participar gratuitamente.

"Nos últimos oito a dez anos tivemos um problema: a Tomatina não se controla, não se sabe quantas pessoas virão e é uma incógnita. E isso, num acontecimento de massas, é imprudente", disse o presidente da câmara, Joaquín Masmano, citado pelo El País. Outro argumento é o da credibilidade do evento, sobretudo aos olhos dos turistas estrangeiros: "Há muita gente que não desfruta do tomate porque não tem acesso, e se uma pessoa vem dos Estados Unidos e, por chegar um pouco tarde, fica de fora, a mensagem que leva não é a mais adequada."

A privatização de um dos maiores eventos turísticos da região foi a única alternativa para o município, cuja dívida em 2012 ascendia a 4,1 milhões de euros.

Notícia corrigida às 12h42 de 26/08: corrige erro ortográfico no penúltimo parágrafo