Paulo Gray assume responsabilidade pelas propostas swap

Ex-director-geral do Citigroup para a Península Ibérica garante que não havia nada “escondido” na proposta apresentada ao Governo de Sócrates.

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Pais Jorge (à direita) demitiu-se na quarta-feira Rui Gaudêncio

Ouvido pela RTP a propósito da polémica que envolve o ex-secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge (ex-gestor daquela instituição financeira), Paulo Gray afirmou que o que foi proposto ao executivo socialista “era uma operação de cobertura de taxa de juro, de longo prazo, com consequências no défice orçamental”.

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Ouvido pela RTP a propósito da polémica que envolve o ex-secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge (ex-gestor daquela instituição financeira), Paulo Gray afirmou que o que foi proposto ao executivo socialista “era uma operação de cobertura de taxa de juro, de longo prazo, com consequências no défice orçamental”.

Na apresentação feita, garantiu, esse facto “era claramente explicado”, estando esclarecido “que estas consequências eram tornadas públicas pelos documentos do Eurostat”. “Não havia aqui nada de escondido”, considera.

Por esclarecer fica o papel de Pais Jorge na tentativa de venda de produtos financeiros ao Governo socialista em 2005, Paulo Gray vem assumir a responsabilidade pelas propostas de contratos swap. “A responsabilidade de áreas de mercados era sempre mais de equipas de Londres e minha aqui em Portugal; portanto, provavelmente terei sido eu a fazer mais a apresentação” ao gabinete do então primeiro-ministro, disse.

Paulo Gray é hoje director-geral da StormHarbour, a consultora contratada pelo actual Governo para assessorar o IGCP (a agência que gere a dívida pública portuguesa) na renegociação de contratos de swaps de empresas públicas.

O seu nome, tal como o de Joaquim Pais Jorge, consta da apresentação tornada pública nos últimos dias pela comunicação social e que o Governo diz ser forjada.

Esta polémica já esteve na origem da demissão de Pais Jorge, secretário de Estado do Tesouro.