Serviços secretos britânicos recebem fundos da NSA para partilhar informação

Oragnizações de defesa da privacidade acusam o GCHQ de "vender os seus serviços a uma potência estrangeira".

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A maior agência britânica recebeu mais de 100 milhões de euros nos últimos três anos Ministério da Defesa do Reino Unido

A colaboração entre a Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana e o Government Communications Headquarters (GCHQ) britânico já tinha sido noticiada, mas nesta sexta-feira o jornal britânico The Guardian publica mais pormenores, a partir de documentos secretos. Num deles, datado de 2010, a agência dos serviços secretos britânicos admite que os Estados Unidos "levantaram uma série de questões sobre o cumprimento dos objectivos mínimos estabelecidos pela NSA".

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A colaboração entre a Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana e o Government Communications Headquarters (GCHQ) britânico já tinha sido noticiada, mas nesta sexta-feira o jornal britânico The Guardian publica mais pormenores, a partir de documentos secretos. Num deles, datado de 2010, a agência dos serviços secretos britânicos admite que os Estados Unidos "levantaram uma série de questões sobre o cumprimento dos objectivos mínimos estabelecidos pela NSA".

Para além da contribuição financeira do Governo norte-americano, os documentos obtidos por Edward Snowden revelam também que o GCHQ está a mobilizar esforços para recolher informação a partir de aplicações para telemóveis – objectivo é "aceder a qualquer telemóvel, em qualquer sítio, a qualquer momento".

O Governo britânico tem negado a acusação de que o GCHQ ajuda a NSA em tarefas que não podem ser realizadas pela agência norte-americana, mas os documentos revelados nesta sexta-feira mostram que os serviços secretos britânicos deram "contribuições fundamentais" para a detenção de Faisal Shahzad, condenado a prisão perpétua por ter planeado um atentado à bomba em Times Square, Nova Iorque, em 2010. De acordo com a legislação norte-americana, Faisal Shahzad – um cidadão norte-americano a viver nos Estados Unidos – não poderia ser alvo de espionagem.

Em reacção à notícia desta sexta-feira, activistas contra a violação da privacidade acusam as autoridades do país de "vender os seus serviços a uma potência estrangeira".

"Em tempos, o primado da lei foi uma exportação tão importante como o pé direito de David Beckham. Agora, parece que a nossa agência de segurança mais poderosa está a capitalizar as nossas frágeis protecções da privacidade para vender os seus serviços a uma potência estrangeira", disse Shami Chakrabarti, director da organização Liberty, citado pelo The Guardian.