Sociedade de Matemática surpreendida com resultados do 9.º ano

“O que estes resultados mostram é que os nossos alunos continuam com muita dificuldade no final de cada ciclo de estudos a Matemática”, diz o presidente.

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Nélson Garrido

Já os resultados dos exames de 6.º ano não surpreenderam o presidente da SPM, que considerou mais difíceis e exigentes do que os de 2012.

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Já os resultados dos exames de 6.º ano não surpreenderam o presidente da SPM, que considerou mais difíceis e exigentes do que os de 2012.

A média registada do exame de Matemática de 9.º ano passou de 53%, em 2012, para 43%, este ano, e o exame de 6.º ano desceu de 54% para 49%.

“O que estes resultados mostram é que os nossos alunos continuam com muita dificuldade no final de cada ciclo de estudos a Matemática”, disse Miguel Abreu, em declarações à agência Lusa. Sublinhou ainda o carácter cumulativo da disciplina e que “não aprender muito bem o que é ensinado nos primeiros anos não permite aprender melhor mais à frente”.

Questionado se na origem dos resultados negativos pode estar a elaboração das provas, Miguel Abreu disse que o problema não está nos exames: “Foi por em 2007, 2008 e 2009 terem sido feitas provas muito desajustadas em termos de dificuldade ao ciclo de estudos em causa que houve uma inflação de notas perfeitamente falsa que não era indicadora do real conhecimento que os alunos tinham, portanto voltar por esse caminho é inflacionar as notas”, explicou o presidente da SPM, que até considerou os exames de 2013 adequados.

Para Miguel Abreu, a solução para os maus resultados deve começar logo no 1.º ciclo e por isso defende que as metas curriculares de Matemática aprovadas recentemente, associadas a um novo programa de Matemática no ensino básico, devem ser implementadas já no próximo ano lectivo.

“Era bom que já tivesse havido muito mais formação de professores associada às metas curriculares de Matemática. Infelizmente isso não foi feito. Esperemos que o Ministério ponha no terreno essa formação para ajudar os professores a estar mais por dentro do que se pretende”, disse Miguel Abreu, salientando que este é o “ingrediente para um melhor ensino da Matemática.