Facebook recebeu pedidos das autoridades americanas sobre dados de utilizadores

Rede social garante que protege "agressivamente" os dados das suas contas.

Foto
Thierry Roge/Reuters

A informação foi avançada esta sexta-feira pelo conselheiro geral do Facebook, Ted Ullyot, num comunicado onde é assegurado que a empresa protege “agressivamente” os dados dos utilizadores. Ted Ullyot afirma que a empresa “rejeita frequentemente estes pedidos, ou pede ao governo que reduza substancialmente as suas solicitações, ou simplesmente fornece ao governo menos dados que os solicitados”. “E apenas respondemos de acordo com a lei”, sublinha o responsável.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A informação foi avançada esta sexta-feira pelo conselheiro geral do Facebook, Ted Ullyot, num comunicado onde é assegurado que a empresa protege “agressivamente” os dados dos utilizadores. Ted Ullyot afirma que a empresa “rejeita frequentemente estes pedidos, ou pede ao governo que reduza substancialmente as suas solicitações, ou simplesmente fornece ao governo menos dados que os solicitados”. “E apenas respondemos de acordo com a lei”, sublinha o responsável.

Ullyot defende que as contas sobre as quais foram feitos pedidos são “uma pequena fracção” do mundo Facebook. “Com mais de 1.100 milhões de utilizadores activos mensalmente a nível mundial, isto significa que apenas uma pequena fracção de 1% dos nossos utilizadores foram alvo de qualquer pedido estatal, local ou do governo federal norte-americano”.

O comunicado da rede social surge cerca de uma semana depois de Edward Snowden, um ex-funcionário da CIA de 29 anos, que trabalhava para a Agência de Segurança Interna (NSA) dos EUA, ter revelado que aquela agência acede a dados dos utilizadores de empresas como o Facebook, Google, Microsoft, Skype e Apple, no chamado caso PRISM. Além do Facebook, algumas destas empresas já vieram afirmar que não deram acesso directo aos dados dos seus clientes mas avançaram com informações com base no que a lei norte-americana determina.

Segundo Snowden, “a NSA construiu uma infra-estrutura que lhe permite interceptar quase tudo”, como obter informação relativa a emails, palavras-passe, registos telefónicos ou cartões de crédito.

O informático denunciou que população está completamente indefesa perante a sofisticação do programa. “As pessoas não têm noção do que é possível fazer: a extensão das capacidades [da NSA] é horripilante. Nós podemos plantar escutas dentro das máquinas”, alertou.

Também a Microsoft confirmou que recebeu 6000 a 7000 pedidos de dados relativos entre 31 mil a 32 mil contas por parte das autoridades dos Estados Unidos. O vice-presidente da Microsoft, John Frank, citado pela BBC, considera que o Departamento de Justiça e o FBI devem tomar medidas que ajudem a esclarecer a opinião pública sobre questões como o acesso a dados pessoais em redes sociais ou em empresas. “A transparência por si só pode não ser suficiente para restaurar a confiança do público, mas é um bom ponto de partida”, defendeu.