Mestres da Ilusão

O heist movie, com ladrões a tentarem montar um golpe sem serem apanhados, é coisa com pergaminhos nobres no cinema americano, e Mestres da Ilusão traz-lhe uma volta engraçada. Os seus ladrões (Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fisher e Dave Franco) são uma equipa de ilusionistas que, aparentemente, roubam milhões de euros em Paris sem sairem de Las Vegas durante um espectáculo de magia. Os seus polícias são um resmungão pragmático do FBI e uma agente da Interpol (Mark Ruffalo e Mélanie Laurent) que estão constantemente a ser “comidos” pelos ilusionistas, e um especialista em desmascarar charlatães (Morgan Freeman) que pode ter uma agenda escondida. O todo é encenado com energia pelo francês Louis Leterrier, que enche o olho o melhor que pode e sabe (e, afinal, este é um filme sobre a ilusão), mas não consegue esconder que, por trás de todos os passes de magia, está uma mecânica banal a rodar em auto-gestão pura. As personagens nunca passam de “bonecos” sem espessura, as curvas e contracurvas da narrativa parecem não responder a nenhuma lógica de credibilidade, a revelação final (que hoje parece ser figura obrigatória destes filmes) estica o elástico quase até partir. Que, ainda assim, Mestres da Ilusão acabe por ser um objecto simpático deve-se em grande parte ao sentido de ritmo de Leterrier, à presença descontraída do elenco (mesmo que muito desaproveitado) e à sensação de total despretensão de um filme que vive muito bem com as suas limitações de entretenimento descartável; mas havia aqui material para ir bem mais longe.

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O heist movie, com ladrões a tentarem montar um golpe sem serem apanhados, é coisa com pergaminhos nobres no cinema americano, e Mestres da Ilusão traz-lhe uma volta engraçada. Os seus ladrões (Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fisher e Dave Franco) são uma equipa de ilusionistas que, aparentemente, roubam milhões de euros em Paris sem sairem de Las Vegas durante um espectáculo de magia. Os seus polícias são um resmungão pragmático do FBI e uma agente da Interpol (Mark Ruffalo e Mélanie Laurent) que estão constantemente a ser “comidos” pelos ilusionistas, e um especialista em desmascarar charlatães (Morgan Freeman) que pode ter uma agenda escondida. O todo é encenado com energia pelo francês Louis Leterrier, que enche o olho o melhor que pode e sabe (e, afinal, este é um filme sobre a ilusão), mas não consegue esconder que, por trás de todos os passes de magia, está uma mecânica banal a rodar em auto-gestão pura. As personagens nunca passam de “bonecos” sem espessura, as curvas e contracurvas da narrativa parecem não responder a nenhuma lógica de credibilidade, a revelação final (que hoje parece ser figura obrigatória destes filmes) estica o elástico quase até partir. Que, ainda assim, Mestres da Ilusão acabe por ser um objecto simpático deve-se em grande parte ao sentido de ritmo de Leterrier, à presença descontraída do elenco (mesmo que muito desaproveitado) e à sensação de total despretensão de um filme que vive muito bem com as suas limitações de entretenimento descartável; mas havia aqui material para ir bem mais longe.