David Lynch: novo álbum e colaboração com Lykke Li

O cinema pode esperar. Há um segundo álbum a caminho. O vídeo com Lykke Li já pode ser visto.

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Olhando para a listagem dos temas percebe-se que haverá uma versão de The ballad of hollis Brown, tema popularizado por Bob Dylan, e uma faixa-bónus, I’m waiting here, que conta com a colaboração vocal da cantora sueca Lykke Li, e da qual já existe um vídeoclip – ver em baixo.

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Olhando para a listagem dos temas percebe-se que haverá uma versão de The ballad of hollis Brown, tema popularizado por Bob Dylan, e uma faixa-bónus, I’m waiting here, que conta com a colaboração vocal da cantora sueca Lykke Li, e da qual já existe um vídeoclip – ver em baixo.

Sobre o álbum, David Lynch revelou que a maior parte dos temas começam invariavelmente numa toada de improviso blues, sendo transformados a partir daí. Tal como já acontecia em relação ao primeiro álbum, classifica o novo registo como sendo blues, mas recriados de forma híbrida e moderna. Como os seus filmes, também as canções acabam por ter qualquer coisa de evocativo. Depois de colaborações relevantes no passado, com o compositor Angelo Badalamenti (Twin Peaks), com o pianista polaco Marek Zebrowski (Inland Empire), com o músico John Neff no projecto Bluebob, ou com Danger Mouse e Sparklehorse, na obra Dark Night Of The Soul, nos últimos anos o americano iniciou mesmo um novo ciclo no seu percurso, abraçando a música.

O cinema foi sendo abandonado, enquanto a música irrompe assumidamente na sua vida criativa, o mesmo sucedendo com as artes visuais – está prevista uma grande exposição dele, em Los Angeles, no mês de Novembro - ou a meditação transcendental, da qual se tornou numa espécie de guru.

Apesar do afastamento do cinema, o campo artístico que lhe deu visibilidade, a sua influência nunca foi tão preponderante. O seu nome tornou-se mesmo adjectivo em muitas das áreas, com destaque para a música: por música lynchiana entende-se um tipo de sonoridade voluptuosa, com alguma dose de risco, normalmente mais murmurada que cantada e com um imaginário onde a realidade mais mundana pode combinar na perfeição com a mais macabra, num misto de atmosfera de pesadelo ou de sonho impossível. Talvez seja The Big Dream, como agora David Lynch nos quer comunicar.