Miguel Cadilhe propõe "renegociação honrada" da dívida externa

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Cadilhe: "podemos graduar a austeridade" Nuno Ferreira Santos

Miguel Cadilhe foi um dos oradores da Grande Conferência JN, de comemoração dos 125 anos do diário nortenho, que decorreu durante todo o dia na Alfândega do Porto, tendo reiterado aos jornalistas a opinião de que “a dívida perante a Europa seja renegociada honradamente”.

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Miguel Cadilhe foi um dos oradores da Grande Conferência JN, de comemoração dos 125 anos do diário nortenho, que decorreu durante todo o dia na Alfândega do Porto, tendo reiterado aos jornalistas a opinião de que “a dívida perante a Europa seja renegociada honradamente”.

O ex-ministro explicou que a ideia é que Portugal tenha “taxas de juro mais baixas e muito mais tempo para pagar a dívida”, mas sublinhou que se deve pagar tudo aquilo que se deve.

“Assim é que se honra a dívida e, além disso, assim é que temos uma posição digna para aparecer junto da Europa”, justificou.

Questionado sobre se a receita da austeridade é o caminho a seguir, Miguel Cadilhe respondeu que esta “decorre dos credores” e, como Portugal tem “dívida a mais”, é difícil “evitar a austeridade”.

“Mas podemos graduar a austeridade, podemos mostrar que estamos a cumprir, mas que precisamos de mais tempo. Acho que o Governo está a fazer isso. Acho que a missão do Governo é muito, muito, muito difícil. Acho que nós temos que fazer todos um esforço por compreender todas estas dificuldades”, enfatizou.

Para o ex-ministro das Finanças, o futuro de Portugal “passa pela Europa”, já que o país, “para o bem e para o mal”, está ligado à Europa.

“Acho que os próximos anos vão mostrar a Portugal que a Europa levanta asas em termos de dar a volta à situação. A situação de desemprego sobretudo, que agora também aflige grande parte da Europa”, antecipou.

Cadilhe defendeu, por isso, que os grandes reformadores de Portugal “têm de dialogar com a Europa e mostrar que têm obra feita e obra para fazer e que têm intenção de a acabar”.

“Retirar da Europa a solidariedade e a verdadeira ajuda, porque acho que neste momento não há uma verdadeira ajuda. Não é no sentido de estarmos a pedir esmolas. Não é isso. É no sentido mais positivo e o mais digno possível”, sublinhou.