Fenprof responde a Passos e Portas: greve dos professores depende do Governo

Passos Coelho garantiu que não haverá professores efectivos na mobilidade, mas que para tal estes terão de aceitar mudar de escola.

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Passos Coelho disse que "não faz sentido" contratar professores quando há outros sem nada para fazer Daniel Rocha

Num comunicado divulgado em reacção às declarações proferidas no sábado por Passos Coelho e Paulo Portas, a propósito da mobilidade especial e das greves que se iniciam no próximo dia 7, a Fenprof frisou que a concretização destas acções, também apoiadas pela Federação Nacional da Educação, “depende principalmente do Governo”. <_o3a_p>

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Num comunicado divulgado em reacção às declarações proferidas no sábado por Passos Coelho e Paulo Portas, a propósito da mobilidade especial e das greves que se iniciam no próximo dia 7, a Fenprof frisou que a concretização destas acções, também apoiadas pela Federação Nacional da Educação, “depende principalmente do Governo”. <_o3a_p>

“Se mantiver a sua intransigência [em relação à aplicação da mobilidade especial aos professores, ao aumento do horário de trabalho para 40 horas e ao despedimento de docentes, pode estar certo que, para além das lutas anunciadas, outras serão desenvolvidas”, avisou a Fenprof.

As greves às reuniões em que são fixadas as notas finais dos alunos em anos de exames estão marcadas para o período entre 7 e 14 de Junho. Para dia 15 está convocada uma manifestação nacional de professores e para 17 uma greve geral, que coincide com o dia do exame de Português do 12.º ano.

No sábado, durante uma conferência em Vila Real, o primeiro-ministro Passos Coelho garantiu que o Governo não está a pensar “colocar nenhum professor efectivo na mobilidade”. “Não é preciso”, disse, acrescentando, contudo, que para tal se verificar será necessário que estes estejam a dar aulas. “Se na escola em que estão efectivos não tiverem alunos e houver outra escola onde haja necessidade desses professores, precisamos de lhes pedir que mudem de escola”, indicou.<_o3a_p>

Na mesma intervenção, Passos Coelho confirmou, por outro lado, que o Governo pretende limitar ao mínimo a presença de professores contratados nas escolas. No ano passado mais de 10 mil já ficaram de fora. “Faz sentido que o Estado contrate todos os anos professores quando tem outros que não têm que fazer? Não faz”, concluiu. <_o3a_p>

Também ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS, Paulo Portas, apelou aos professores que não façam coincidir a greve com as datas dos exames. “O apelo que faço muita gente compreende: se as greves forem marcadas para os dias dos exames, prejudicam o esforço dos alunos, inquieta as famílias e também não é bom para os professores que, durante todo o ano,  deram o melhor para que aqueles alunos pudessem ultrapassar os exames”, insistiu.<_o3a_p>

A Fenprof lembrou, a propósito, que Passos Coelho também prometeu antes “não cortar subsídios nem reduzir salários e também não despedir funcionários públicos”,  e que o ministro da Educação, Nuno Crato, se comprometera a não aplicar a mobilidade especial aos professoress e a não aumentar o horário de trabalho. “Ficamos esclarecidos quanto à seriedade destes compromissos”, ironiza a Fenprof.

Quanto ao apelo de  Portas, recorda que o líder centrista é um dos rostos principais de um governo que está a atentar “gravemente contra a qualidade do ensino com o único objectivo de eliminar milhares de postos de trabalho”.  Na quinta-feira, no final de uma reunião do seu secretariado nacional, a Fenprof já tinha anunciado que poderia estender a greve para depois de dia 17. Os exames nacionais terminam a 27 de Junho.