Confrontos no Parlamento, na Venezuela, deixam 11 deputados feridos

Chavistas atacaram deputados da oposição depois de estes denunciarem um “golpe no Parlamento”, por estarem impedidos de falar no hemiciclo.

A sessão prometia ser tensa, relata o jornal espanhol, porque se esperava para ver se o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, número dois do chavismo, continuaria a impedir o uso da palavra aos deputados opositores que não reconheceram Nicolás Maduro como Presidente da República.

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A sessão prometia ser tensa, relata o jornal espanhol, porque se esperava para ver se o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, número dois do chavismo, continuaria a impedir o uso da palavra aos deputados opositores que não reconheceram Nicolás Maduro como Presidente da República.

Ao chegarem ao hemiciclo, os deputados da oposição verificaram que lhes tinham sido retirados os microfones dos seus lugares. Depois tiveram que esperar quase três horas para que terminasse uma reunião entre os deputados da maioria e Cabello. Já com toda a gente sentada no Parlamento, e passada meia hora de trabalhos, Cabello impediu os deputados da oposição de participarem no debate. Estes utilizaram buzinas para protestar e levantaram um cartaz com a inscrição “Golpe no Parlamento”. Foi quanto bastou para os deputados da bancada da maioria chavista se lançarem contra os seus adversários.

Voaram cadeiras e computadores e as imagens televisivas mostram pelo menos um deputado a ser violentamente agredido a murro por outro vestido com um casaco de fato de treino com as cores da bandeira da Venezuela, que é já uma imagem de marca dos chavistas.

Julio Borges, líder do Partido Primero Justicia e a deputada María Corina Machado foram os que ficaram em pior estado. “Eles podem bater-nos, prender-nos, matar-nos, mas nós não vamos vender os nossos princípios”, disse Borges numa conferência de imprensa após os incidentes. “Estes ataques só nos dão mais força”.

Diosdado Cabello reafirmou a proibição de os deputados da oposição se exprimirem no Parlamento. “Enquanto não reconhecerem as autoridades, as instituições da república, a soberania do nosso povo, os deputados da oposição, não vão falar nesta Assembleia Nacional.”