Directora do FMI vai prestar declarações em tribunal sobre caso de venda da Adidas

Christine Lagarde não está sob qualquer acusação formal. Caso remonta a disputa judicial no tempo em que era ministra das Finanças de Sarkozy.

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Lagarde afastou a hipótese de demissão

Lagarde, que já negou qualquer procedimento ilegal e afastou a hipótese de demissão, afirmou nesta quinta-feira, no final de uma conferência de imprensa, que o depoimento perante o juiz não é novidade. “Desde 2011 que sei muito bem que seria ouvida pela comissão de investigação do tribunal de justiça”, afirmou, citada pela BBC. “Terei todo o gosto em viajar para Paris por alguns dias, mas isso não vai mudar o meu foco, a minha atenção e o meu entusiasmo em fazer o trabalho que faço”.

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Lagarde, que já negou qualquer procedimento ilegal e afastou a hipótese de demissão, afirmou nesta quinta-feira, no final de uma conferência de imprensa, que o depoimento perante o juiz não é novidade. “Desde 2011 que sei muito bem que seria ouvida pela comissão de investigação do tribunal de justiça”, afirmou, citada pela BBC. “Terei todo o gosto em viajar para Paris por alguns dias, mas isso não vai mudar o meu foco, a minha atenção e o meu entusiasmo em fazer o trabalho que faço”.

Em Março, a casa de Lagarde em Paris foi alvo de buscas por parte da polícia. Os investigadores estão a escrutinar os contornos de uma disputa judicial sobre a venda da empresa de equipamento desportivo Adidas, levada a cabo em 1993 pelo banco Crédit Lyonnais, parcialmente detido pelo Estado francês.

O empresário Bernard Tapie, dono de uma participação maioritária na Adidas, disse ter sido enganado e lesado pelo banco no negócio. O caso arrastou-se na justiça entre 1993 e 2007, ano em que Lagarde, então ministra das Finanças de Nicolas Sarkozy, interveio para que o caso fosse decidido por um tribunal arbitral. 

O tribunal acabou por determinar, em 2008, que Tapie tinha direito a uma indemnização que, com juros, totalizou 400 milhões de euros, pagos com dinheiro público. Os críticos da sentença, e da decisão de Lagarde, afirmaram então que o tribunal não tinha competência para julgar o caso e que Tapie recebera mais dinheiro do que conseguiria noutros tribunais. Entretanto, ainda em 2007, o multimilionário, que tinha um historial de envolvimento político, decidira apoiar a candidatura presidencial de Nicolas Sarkozy.

O mandato de Lagarde terminará em 2016 e o FMI já manifestou o apoio à directora-geral, que não está sob qualquer acusação formal.