Regulador rejeita contas apresentadas pela Pescanova

Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhola vai acompanhar auditoria ao grupo pesqueiro.

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Empresa galega abriu unidade de produção de pregado na Praia de Mira em 2009. Adriano Miranda

Num comunicado publicado na quarta-feira, o regulador espanhol justifica a decisão com o facto de a informação remetida pela Pescanova “não foi elaborada de acordo com os critérios de contabilidade” exigidos.

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Num comunicado publicado na quarta-feira, o regulador espanhol justifica a decisão com o facto de a informação remetida pela Pescanova “não foi elaborada de acordo com os critérios de contabilidade” exigidos.

O grupo pesqueiro espanhol, que em Portugal tem a maior unidade de cultivo de pregado do mundo, em Praia de Mira (distrito de Coimbra), está sob o olhar atento do regulador de mercado de capitais espanhol, a quem não apresentava contas desde o terceiro trimestre do ano passado.

A CNMV vai, aliás, monitorizar os trabalhos da nova auditora (a KPMG) contratada pela Pescanova para acompanhar de perto “os resultados” apurados relativamente à situação patrimonial da empresa.

A Pescanova reconheceu irregularidades nas contas do grupo, admitindo que o valor da dívida contabilizado (e ainda não conhecido publicamente) não coincide com o total reclamado pelos credores, nacionais e estrangeiros, da empresa.

Os credores da empresa estão a pressionar o presidente, Manuel Fernández de Sousa, a sair de cena, para que uma nova equipa de gestão possa liderar as negociações para a renegociação da dívida. A posição dos credores veio a público depois de ser comunicado que o líder da multinacional reduziu a metade a sua participação no capital do grupo (para 7,45%), antes de se saber dos problemas financeiros da Pescanova.