Serralves em Festa vai andar de bicicleta e até de helicóptero

Próxima edição do festival de artes 48 horas non stop vai decorrer nos dias 8 e 9 de Junho. Vai ter música, dança, teatro, circo, cinema, artes e passeios de bicicleta com ópera em fundo

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Um dos projectos que estão já em curso é a Ópera em Bicicletas (título provisório), que a britânica Kaffe Mathews estreou no ano passado na cidade belga de Gent, e que agora traz ao Porto, numa parceria com a companhia local Visões Úteis. Já instalada na cidade desde há vários dias, para preparar a versão portuense da sua criação, Kaffe Mathews explicou-a, na conferência de imprensa de apresentação do programa realizada na manhã desta quarta-feira no Museu de Serralves. “É verdade que o Porto não é uma cidade fácil para andar de bicicleta”, disse, justificando a escolha de um percurso junto à marginal do rio Douro e ao litoral marítimo para esta aventura: o público monta numa “audiobicicleta” ligada a um satélite, e nela vai encontrando a sua própria narrativa, envolvido pela música que muda à medida que vai percorrendo as ruas da cidade. “Electrónica e acústica, o real e o processado transformam-se numa nuvem envolvente de novidades sonoras”, explica a autora do projecto, que, de algum modo, retoma os audio-walks que o Visões Úteis tem apresentado no Porto.

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Um dos projectos que estão já em curso é a Ópera em Bicicletas (título provisório), que a britânica Kaffe Mathews estreou no ano passado na cidade belga de Gent, e que agora traz ao Porto, numa parceria com a companhia local Visões Úteis. Já instalada na cidade desde há vários dias, para preparar a versão portuense da sua criação, Kaffe Mathews explicou-a, na conferência de imprensa de apresentação do programa realizada na manhã desta quarta-feira no Museu de Serralves. “É verdade que o Porto não é uma cidade fácil para andar de bicicleta”, disse, justificando a escolha de um percurso junto à marginal do rio Douro e ao litoral marítimo para esta aventura: o público monta numa “audiobicicleta” ligada a um satélite, e nela vai encontrando a sua própria narrativa, envolvido pela música que muda à medida que vai percorrendo as ruas da cidade. “Electrónica e acústica, o real e o processado transformam-se numa nuvem envolvente de novidades sonoras”, explica a autora do projecto, que, de algum modo, retoma os audio-walks que o Visões Úteis tem apresentado no Porto.

Também já em andamento está o projecto encomendado ao coreógrafo austríaco Willi Dorner, Bodies Urban Spaces – a edição deste ano do Serralves em Festa volta, de resto, a "apostar em encomendas e em residências artísticas como forma de promover a criação contemporânea", notam os programadores Cristina Grande e Pedro Costa, que com Elizabete Alves (Serviço Educativo) fizeram a apresentação do Serralves em Festa, numa sessão aberta pela directora-geral da fundação, Odete Patrício, e pelo directora do museu, Suzanne Cotter, que se disse "ainda a aprender esta explosão de actividades extraordinárias".

Bodies Urban Spaces é uma co-produção com o Festival Imaginarius, de Santa Maria da Feira – que aqui será estreado em Maio, antes de chegar à Baixa do Porto a 7 de Junho, na véspera da festa de Serralves –, e que envolve 20 bailarinos, cujas audições já se iniciaram. Willi Dorner vai pôr os bailarinos a interagir com a arquitectura dos lugares da Baixa portuense. “Quero mostrar até que ponto somos anónimos nas nossas cidades (...). Quero realizar uma reflexão sobre o espaço urbano”, diz o coreógrafo no texto de apresentação de Bodies Urban Spaces, um dos destaques da programação de dança e performance do programa, que, aqui, “salta dos muros de Serralves para se abrir cada vez mais à cidade”, assinalou Odete Patrício, citando a parceria com a municipal Porto Lazer.

Na música, a Festa no Prado, que se desenrola pela noite e madrugada de 8 para 9 de Junho, vai abrir com a visceralidade audiovisual do duo Diamond Version (Alva Noto + Beyetone), lançado no festival Sonar do ano passado. Prolonga-se depois a dançar sob a electrónica contaminada de hip-hop e noise de Kevin Martin e do seu King Midas Sound. E a Festa vai fechar, de novo no Prado, com a banda canadiana Duchess Says (fizeram uma tournée britânica com os Yeah Yeah Yeahs), com a vocalista Anne-Claude Deschênes a prometer desassossegar o público.

Ainda na música, Serralves propõe o regresso aos anos 1930-40 na América na reencenação de uma big band battle entre a Orquestra de Jazz de Matosinhos e a big band da estação de rádio WDR de Colónia, na Alemanha (dois Grammys e mais de 50 discos vendidos).

O teatro (Domicília Magic Show reúne a música de Sérgio Pelágio com a coreografia de Sílvia Real), as marionetas (Wondergarden será uma homenagem a João Paulo Seara Cardoso), o circo contemporâneo (Slips Inside, dos belgas Okidok, e Traz Fusion, da francesa Jo Bithume, são parcerias com o FITEI), e as actividades educativas (oficinas, visitas guiadas, cinema de animação e a peça de teatro de rua Imaginary Friends, resultante da colaboração entre os britânicos Whalley Range All Stars e os holandeses Babok) são outras disciplinas das artes contemporâneas e performativas que farão o programa do próximo Serralves em Festa.

A cada dez mil entradas, Serralves oferece um brinde: sobrevoar a festa e o Porto de helicóptero (cortesia da empresa Douro Azul, que se associa aos patrocinadores tradicionais da iniciativa, o BPI e a Unicer).