O Profundo Mar Azul

Vamos dar de barato que o cinema do britânico Terence Davies, com a sua languidez mista de saudade nostálgica de um passado melhor e recordação impiedosamente lúcida de tudo o que de sórdido e cruel esse passado traz, não agradará a toda a gente. Vamos também dar de barato que O Profundo Mar Azul, primeira longa de ficção do cineasta em mais de uma década, até pode nem ser o seu melhor filme. Nada disso tem importância face à radiografia precisa que Davies faz de gente “às avessas” do mundo em que vivem, da mulher que acredita na paixão e se recusa a interpretar o papel de esposa amantíssima e conformada (magnífica Rachel Weisz), do ex-piloto da RAF que continua a viver nos tempos gloriosos da Batalha de Inglaterra, do juiz que compreende tarde demais que as convenções não são tudo. O Profundo Mar Azul é uma rêverie de câmara maravilhosamente operática, filmada com o requinte contido e lírico de que só Davies é capaz. Um deslumbre, do princípio ao fim.

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Vamos dar de barato que o cinema do britânico Terence Davies, com a sua languidez mista de saudade nostálgica de um passado melhor e recordação impiedosamente lúcida de tudo o que de sórdido e cruel esse passado traz, não agradará a toda a gente. Vamos também dar de barato que O Profundo Mar Azul, primeira longa de ficção do cineasta em mais de uma década, até pode nem ser o seu melhor filme. Nada disso tem importância face à radiografia precisa que Davies faz de gente “às avessas” do mundo em que vivem, da mulher que acredita na paixão e se recusa a interpretar o papel de esposa amantíssima e conformada (magnífica Rachel Weisz), do ex-piloto da RAF que continua a viver nos tempos gloriosos da Batalha de Inglaterra, do juiz que compreende tarde demais que as convenções não são tudo. O Profundo Mar Azul é uma rêverie de câmara maravilhosamente operática, filmada com o requinte contido e lírico de que só Davies é capaz. Um deslumbre, do princípio ao fim.