França não confirma execução de francês sequestrado no Mali

Governo de Paris aconselhou familiares a receberem a notícia divulgada na Mauritânia com reservas.

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Philippe Verdon, numa foto de 2004 YOUSSOUF IBRAHIM/AFP

Na terça-feira à noite, a agência privada mauritana ANI (Agence Nouakchott Information) noticiou que o alegado porta-voz da Al Qaeda disse que Verdon, que classificou como “espião”, foi executado “a 10 de Março em resposta à intervenção da França no Norte do Mali”.

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Na terça-feira à noite, a agência privada mauritana ANI (Agence Nouakchott Information) noticiou que o alegado porta-voz da Al Qaeda disse que Verdon, que classificou como “espião”, foi executado “a 10 de Março em resposta à intervenção da França no Norte do Mali”.

“O Presidente francês [François] Hollande é responsável pela vida dos outros reféns franceses”, ameaçou.

O porta-voz do ministério francês dos Negócios Estrangeiros, Philippe Lalliot, citado pela AFP, disse não ter informação sobre o assunto. “Por agora não sabemos mais nada.”

O ministério preveniu as famílias de Philippe Verdon e de Serge Lazarevic, outro francês raptado na mesma altura no Mali, para  receberem a notícia com “muitas reservas” porque “nada está confirmado”, informou Pascal Lupart, do comité de apoio à libertação dos dois franceses.

Verdon e Lazarevic foram raptados na noite de 24 de Novembro de 2011, do hotel em que estavam instalados em Hombori, no nordeste do Mali. Segundo as famílias, que desmentem ligações a grupos mercenários ou aos serviços secretos, tinham-se deslocado à região em viagem de negócios com vista à instalação de uma cimenteira.

A AQMI reivindicou o rapto e publicou as suas fotos. Em 2012, num vídeo divulgado pelo site Sahara Medias, Philippe Verdon falava das “condições de vida difíceis” em que se encontrava.

Há 15 reféns franceses sequestrados em África, segundo a AFP. Philippe Verdon é um dos seis cujo rapto foi reivindicado pela AQMI.

O Exército francês e as forças de países da África Ocidental iniciaram a 11 de Janeiro uma operação militar contra grupos islamistas, entre os quais a AQMI, que ocupavam o Norte do Mali desde 2012. Tomou rapidamente as principais cidades e os combates prosseguem desde então no extremo nordeste, nas montanhas de Ifoghas.