Estudo sugere que moda já era uma preocupação dos antepassados do homem

Segundo um estudo sobre ornamentos pessoais encontrados na África do Sul, os antepassados dos humanos tinham um sentido de moda apurado, evitando, há já 75 mil anos, estilos ultrapassados, noticia a revista Science.

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A análise das contas revelou uma evolução dos ornamentos em apenas 3000 anos (em baixo, o estilo mais antigo) Marian Vanhaeren

De acordo com a Science, há cerca de 40 mil anos (no Paleolítico Superior), esses ornamentos eram omnipresentes nos locais habitados na Europa, sendo feitos de dentes humanos e de animais e de contas de pedra, osso, marfim ou conchas de moluscos.

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De acordo com a Science, há cerca de 40 mil anos (no Paleolítico Superior), esses ornamentos eram omnipresentes nos locais habitados na Europa, sendo feitos de dentes humanos e de animais e de contas de pedra, osso, marfim ou conchas de moluscos.

Recuando ainda mais no tempo, existem registos de ornamentos pessoais, datados de há 100 mil anos, na zona de África e no Oriente. Mas estas jóias, quase sempre feitas de conchas de moluscos, apresentam uma menor variedade. Por este motivo, alguns arqueólogos questionam se essas jóias tinham a mesma simbologia que as que surgiram depois.

Agora, um novo estudo, que deverá ser publicado em breve no Journal of Human Evolution por uma equipa liderada pela arqueóloga Marian Vanhaeren, da Universidade de Bordéus, França, diz ter encontrado sinais de uma mudança relativamente rápida, há mais de 70 mil anos, na forma como as contas de conchas eram amarradas. As contas em questão foram encontradas numa gruta da reserva natural de Blombos, na África do Sul, em camadas arqueológicas datadas de há 75 mil e 72 mil anos.

De acordo com o artigo, ainda não é claro se os moradores originais da referida caverna mudaram a sua ideia de moda própria ou se foram mais tarde substituídos por outro grupo de humanos primitivos que gostava de usar as contas de forma diferente.