Ferro Rodrigues defende que PPP foram “resposta às necessidades do país”

As parcerias público privadas que assinou enquanto ministro das Obras Públicas de Guterres estavam incluídas no Plano Rodoviário Nacional, defendeu Ferro Rodrigues.

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Ferro Rodrigues: era preciso “capacidade de previsão” para antecipar “o pesadelo que tínhamos pela frente” ENRIC VIVES-RUBIO

Na comissão parlamentar de inquérito às PPP, o deputado socialista disse que a opção por este modelo “foi uma ideia de pragmatismo e de resposta às necessidades do país”, lembrando que “era preciso um investimento de 1800 milhões de contos, a preços de 1996, para a concluir a rede rodoviária”.

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Na comissão parlamentar de inquérito às PPP, o deputado socialista disse que a opção por este modelo “foi uma ideia de pragmatismo e de resposta às necessidades do país”, lembrando que “era preciso um investimento de 1800 milhões de contos, a preços de 1996, para a concluir a rede rodoviária”.

“Entre 1991 e 1996, o investimento público na construção de novas estradas tinha sido de 60 milhões de contos. Assim, previa-se um período de 25 anos para a conclusão da rede rodoviária”, declarou.

Segundo Ferro Rodrigues, no Governo de António Guterres, “estavam apenas 1000 quilómetros de auto-estrada em serviço. Faltavam construir 2000 quilómetros de auto-estrada”.

Na comissão de inquérito parlamentar às PPP, o deputado socialista explicou que adjudicou as concessões Beira Litoral e Alta e Norte Litoral enquanto ministro das Obras Públicas do Governo de António Guterres porque teria sido “uma irresponsabilidade política não os ter assinado”.

Quando assumiu a pasta das Obras Públicas, na sequência da demissão de Jorge Coelho, as duas concessões estavam “na recta final”, faltando apenas proceder à “adjudicação definitiva”, adiantou. “Teria sido uma irresponsabilidade política não ter assinado”, declarou, adiantando estar “tranquilo” em relação ao papel que teve nestas duas PPP.

Ferro Rodrigues destacou que as parcerias em causa estavam incluídas no Plano Rodoviário Nacional, que “tinha sido aprovado na Assembleia da República, por unanimidade”, sustentando ainda que “o ambiente económico, financeiro e mesmo político então era diferente”.

“Estávamos numa fase em que não era preciso ser sonhador para perceber que o investimento, através de PPP, era correcto e bom para o país. Era preciso ter uma capacidade de previsão, que ninguém teve, para antecipar o pesadelo que tínhamos pela frente”, declarou.