E se a estrada mudasse de cor quando há gelo?

Universidade do Minho cria pavimento que fica avermelhado quando há gelo na estrada. Tecnologia também permite eliminar manchas de óleo

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Matt Seppings/Flickr

Uma equipa da Universidade do Minho (UM) desenvolveu um pavimento que muda de cor quando se forma gelo na sua superfície. Esta tecnologia poderá evitar acidentes e vítimas nas estradas de todo o mundo, anunciou esta terça-feira a instituição.

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Uma equipa da Universidade do Minho (UM) desenvolveu um pavimento que muda de cor quando se forma gelo na sua superfície. Esta tecnologia poderá evitar acidentes e vítimas nas estradas de todo o mundo, anunciou esta terça-feira a instituição.

O pavimento especial consegue ainda retirar manchas de óleo da via. Segundo a UM, esta “inovação mundial” deve-se à introdução de nano-compósitos à base de óxidos nos pavimentos tradicionais.

Joaquim Carneiro, do Centro de Física da Escola de Ciências da UM e líder do projecto, explicou que quando a temperatura baixa ao ponto de congelação da água (0ºC) é produzida uma reacção que leva o asfalto a adquirir a cor vermelha. “Os condutores conseguem, assim, visualizar as zonas encarnadas em que se formam as placas de gelo e tomam as devidas precauções”, disse ainda.

Limpar manchas de óleo

Além disso, as minúsculas partículas à base de óxidos têm a capacidade de limpar o próprio asfalto. Reagem quimicamente com o óleo que sai dos veículos em acidentes ou em derrames no asfalto, degradando o óleo e convertendo-o em dióxido de carbono e água

A pesquisa de Joaquim Carneiro foi apresentada numa conferência internacional e “já despertou o interesse” dos governos da Finlândia e Portugal.

Depois das provas laboratoriais na UM, será agora testada em ambiente real, numa auto-estrada da região Centro, cujas condições de rigor climático, altitude, humidade e temperatura são consideradas propícias.

“Acreditamos que os testes vão ser positivos e a implementação deste ‘asfalto inteligente’ será uma realidade a médio prazo, promovendo a prevenção rodoviária e evitando acidentes em todo o mundo, em especial nas regiões frias e montanhosas, como a Escandinávia, o Canadá, a Rússia ou os Andes”, disse Joaquim Carneiro.

O seu próximo projecto incide na utilização de fibras de carbono que alertem para a formação de fissuras no asfalto, de forma a que sejam detectadas e reparadas mais rapidamente.