Brasileiros desistem dos estaleiros de Viana do Castelo e deixam russos sozinhos na privatização

A Rio Nave desistiu do processo de privatização dos estaleiros de Viana do Castelo devido à investigação da Comissão Europeia a eventuais financiamentos ilegais do Estado à empresa.

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Bruxelas suspeita que Estado terá financiado ilegalmente os estaleiros de Viana do Castelo Paulo Ricca

Com a saída de cena da Rio Nave, os russos da RSI Trading ficam sozinhos no processo de privatização. O grupo russo confirmou na segunda-feira que iria prolongar por mais um mês a sua proposta vinculativa para a compra dos ENVC, embora admitisse estar preocupado com a “degradação” da empresa.

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Com a saída de cena da Rio Nave, os russos da RSI Trading ficam sozinhos no processo de privatização. O grupo russo confirmou na segunda-feira que iria prolongar por mais um mês a sua proposta vinculativa para a compra dos ENVC, embora admitisse estar preocupado com a “degradação” da empresa.

As notícias desta terça-feira apanharam de surpresa o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, que disse à TSF que não recebeu qualquer notícia por parte do Ministério da Defesa: “Não tenho boas ou más notícias, tenho as notícias que vêm nos jornais”, disse o autarca socialista à rádio.

Neste sentido, José Maria Costa afirmou que será pedida uma reunião de urgência com o Ministério da Defesa para ser informado em relação aos últimos desenvolvimentos do processo de privatização.

A RSI Trading disse na segunda-feira que o prolongamento de um mês à proposta de privatização não servirá como prazo-limite. Mas a empresa está preocupada com a renegociação do contrato entre os estaleiros de Viana do Castelo e a empresa de petróleos da Venezuela, no valor de 128 milhões de euros.

A Comissão Europeia está a investigar empréstimos e aumentos de capital à empresa pública de inciativa do Estado. No foco da investigação de Bruxelas está a possibilidade de estas linhas de crédito terem chegado em condições tão favoráveis para os estaleiros que nenhuma entidade privada poderia ter oferecido esses termos, o que seria uma violação às leis da União Europeia sobre a concorrência.