Dois mortos em atentado suicida na Embaixada dos EUA em Ancara

Bombista suicida fez-se explodir ao passar por controlo de entrada, matando um segurança. Interior do recinto da representação diplomática não foi atingido.

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A explosão ocorreu à entrada da Embaixada dos EUA IHLES NEWS AGENCY/AFP

“Há dois mortos, o suicida e um agente turco de segurança. Uma mulher que tinha ido lá pedir um visto ficou ferida”, disse aos jornalistas o governador de Ancara, Alaaddin Yüksel, que visitou o local pouco depois da explosão.

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“Há dois mortos, o suicida e um agente turco de segurança. Uma mulher que tinha ido lá pedir um visto ficou ferida”, disse aos jornalistas o governador de Ancara, Alaaddin Yüksel, que visitou o local pouco depois da explosão.

Segundo a estação CNN Türk, o bombista terá detonado os explosivos que transportava ao passar pelo controlo de raios X numa entrada secundária da representação. A edição online do jornal turco Hürriyet adianta que a polícia cercou de imediato a zona e enviou para o local peritos na desactivação de bombas, temendo a existência de um segundo engenho. A mesma fonte adianta que a explosão não terá sido captada pelas câmaras de segurança, devido a uma falha de energia que teria afectado a zona pouco antes.  

Jornalistas no local disseram que a detonação, que partiu vidros a mais de cem metros de distância, rebentou a porta da guarita de segurança e lançou detritos para a rua, mas não terá provocado danos no interior do recinto da embaixada. Imediatamente após a explosão, os funcionários da embaixada refugiaram-se em compartimentos seguros do complexo.

Até ao momento, ninguém reivindicou a autoria do ataque. Um porta-voz do Ministério do Interior turco afirmou, entretanto, que o bombista suicida estava ligado a um grupo de esquerda radical.

A explosão acontece também dez dias depois de a ainda secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ter garantido no Senado que Washington está a reforçar a segurança das suas embaixadas, sobretudo as situadas em países sensíveis, adoptando as recomendações da comissão que investigou o ataque contra o consulado dos EUA em Bengasi, na Líbia. A acção, no 11.º aniversário dos atentados do 11 de Setembro, resultou na morte de quatro norte-americanos, incluindo o embaixador Chris Stevens.

A pior vaga de atentados em solo turco aconteceu em Novembro de 2003, em Istambul. No dia 15, dois camiões armadilhados explodiram junto a duas sinagogas, matando 27 pessoas e ferindo quase 150. Uma semana mais tarde, outros dois camiões carregados de explosivos destruíram a sede do Banco HSBC e danificaram o consulado britânico, matando 40 pessoas. Os atentados, com as marcas de actuação da Al-Qaeda, foram atribuídos a islamistas radicais. Quatro anos mais tarde, um atentado suicida na capital matou nove pessoas e feriu 120 – a polícia suspeita de que o autor seria um radical de esquerda, que actuou de forma isolada.


Notícia actualizada para incluir a ligação do bombista a um grupo de esquerda, segundo o Ministério do Interior da Turquia