Manifestação contra abate de animais nos canis desfila sábado em Lisboa

Associação Animal critica a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária por "viver numa espécie de fantasia" e promete continuar os protestos.

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Associação contesta a "pena de morte" a que são condenados os animais nos canis municipais Ricardo Silva/Arquivo

O ponto de partida da manifestação é em frente à DGAV, no Largo da Academia Nacional de Belas Artes, perto do Chiado, e segue em desfile por volta das 18h para o Ministério do Ambiente, na Praça do Comércio. Os manifestantes deverão aí permanecer até às 22h em vigília.

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O ponto de partida da manifestação é em frente à DGAV, no Largo da Academia Nacional de Belas Artes, perto do Chiado, e segue em desfile por volta das 18h para o Ministério do Ambiente, na Praça do Comércio. Os manifestantes deverão aí permanecer até às 22h em vigília.

Em comunicado, a associação explica que o objectivo é “protestar contra a inoperância da DGAV” e contestar a legislação “injusta e arcaica” que condena os animais à “pena de morte”. “Estamos fartos da situação em que os animais se encontram em Portugal, e, neste caso em particular, dos animais que têm a infelicidade de ir parar aos canis municipais”, afirma a vice-presidente da Animal, Sofia Vieira, nessa nota.

E acrescenta: “A DGAV continua a viver numa espécie de fantasia, em que parece que tudo está bem, e isso não é verdade. Protestaremos até que a situação mude.” O grupo de activistas garante ter o apoio de “algumas figuras públicas” e espera contar com “muitos cidadãos e associações de protecção dos animais”, de vários pontos do país. No comunicado, a associação deixa um apelo: “Por favor, não traga animais.”

Esta manifestação foi marcada já no início de Janeiro, depois de ter sido conhecida a ordem de abate do cão que atacou um menino de 18 meses, em Beja, e que viria a morrer no hospital. O caso levantou uma grande polémica na Internet e particularmente nas redes sociais. A Animal insurgiu-se contra esta decisão e interpôs mesmo uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja para travar o abate, à qual teve resposta positiva, embora provisóri. O abate acabou mesmo por ser suspenso por ordem judicial, até que haja uma ordem final sobre este caso, que ficou ao abrigo do Tribunal Criminal, dado que decorre em simultâneo um processo contra a família do menino, proprietária do cão. Segundo a presidente da Animal, Rita Silva, a associação está a tentar constituir-se como assistente no processo e aguarda resposta a um requerimento para visitar o animal.

O cão continua recolhido no canil intermunicipal da Amalga (Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão do Ambiente), e não pode ser adoptado, apesar dos vários pedidos. Na Internet, continua a petição lançada contra o abate do animal, que nesta quinta-feira tinha já mais de 74 mil assinaturas.

Notícia actualizada às 15h45 de 1 de Fevereiro com informação sobre o processo judicial