Abate do cão que matou criança em Beja nas mãos do Ministério Público

Ordem de abate, se avançar, está dependente do desenvolvimento do inquérito aberto sobre o caso.

O abate do cão que mordeu um menino de 18 meses no domingo, em Beja, e que acabou por morrer no hospital na terça-feira, está dependente da ordem do Ministério Público enquanto decorrer o inquérito sobre o caso.

O animal foi recolhido na segunda-feira para o canil/gatil intermunicipal da Resialentejo (CAGIA), situado perto de Beja. Como determina a lei nestes casos, o cão, de nove anos, está isolado e em observação numa box do canil durante oito dias, após o quais seria abatido, segundo decisão da veterinária municipal.

No entanto, uma vez que o Ministério Público decidiu abrir um inquérito sobre o caso que culminou na morte da criança, o abate do cão está, para já, suspenso enquanto decorrem as investigações, apurou o PÚBLICO junto de fonte ligada ao processo.

O PÚBLICO contactou a Procuradoria-Geral da República (PGR), que se escusou a adiantar mais esclarecimentos. "O inquérito encontra-se em segredo de justiça, pelo que, neste momento, não poderá ser prestada qualquer informação", afirmou a PGR.

Numa nota publicada nesta sexta-feira, na sua página do Facebook, o canil informa apenas que o cão "deverá continuar recolhido" nas suas instalações, "até que, no presente processo, seja tomada decisão sobre o seu destino". E acrescenta: "Uma vez que o Zico não pode, de momento, ser adoptado, apelamos à adopção de todos os outros animais que se encontram no CAGIA à espera de serem 'salvos', e que merecem um tratamento e um empenho da parte de todos igual ao que tem sido dado ao Zico".

Desde segunda-feira, dia em que a veterinária municipal de Beja, Linda Rosa, se deslocou à casa onde a criança vivia com a família e o cão para recolher o animal, gerou-se na Internet uma onda de protestos contra o abate.

Numa petição online, que nesta sexta-feira já tinha mais de 30 mil assinaturas, os subscritores pedem uma segunda oportunidade para o Zico, cão arraçado de pit bull, uma raça considerada potencialmente perigosa.

Nesta sexta-feira, começou a circular outra petição que pede exactamente o contrário: "É inadmissível dar uma segunda oportunidade a um cão que matou uma criança com 18 meses", escreve o autor. "Não, vamos abatê-lo, como sempre fizemos a cães que têm este tipo de comportamento intolerável", sublinha.

 

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