Silvio Berlusconi diz que Mussolini fez "coisas boas" por Itália

No Dia da Memória do Holocausto, o candidato a primeiro-ministro considera que o único erro do ditador foram as leis anti-semitas.

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Mussolini fez bem à Itália, disse Berlusconi no Dia da Memória do Holocausto DR

Benito Mussolini dirigiu a Itália entre 1922 e 1943 e Berlusconi é um seu admirador. Não foi a primeira vez que o líder do Partido Povo da Liberdade (centro-direita, elogiou o ditador. Em 2011, numa entrevista ao jornal La Stampa, disse que não podia governar como queria, uma vez que não podia ser ele a determinar as políticas. A seguir, explicou que estava a ler um livro sobre Mussolini em que este expressava um sentimento idêntico, de frustração.

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Benito Mussolini dirigiu a Itália entre 1922 e 1943 e Berlusconi é um seu admirador. Não foi a primeira vez que o líder do Partido Povo da Liberdade (centro-direita, elogiou o ditador. Em 2011, numa entrevista ao jornal La Stampa, disse que não podia governar como queria, uma vez que não podia ser ele a determinar as políticas. A seguir, explicou que estava a ler um livro sobre Mussolini em que este expressava um sentimento idêntico, de frustração.

O elogio a Mussolini foi feito em Milão, à margem de uma cerimónia do Dia da Memória do Holocausto, que é hoje. A maior parte da imprensa italiana cita as declarações de Berlusconi, assim como as agências noticiosas.

A partir de 1938, Mussolini promulgou uma série de "leis raciais" que, na prática, introduziram medidas de discriminação e perseguição aos judeus.

A Itália, disse Berlusconi, não tem a responsabilidade da Alemanha no Holocausto. No sábado, a chanceler alemã Angela Merkel dissera que o seu país tem "uma responsabilidade permanente sobre os crimes do nacional-socialismo".

"As declarações [de Berlusconi] são desagradáveis e é simplesmente uma infelicidade que tenha escolhido este dia da Memória para reabilitar a acção do ditador que mergulhou a Itália na II Guerra Mundial", comentou, em comunicado, a deputada europeia do Partido Democrático (esquerda), Debora Serracchiani.

O primeiro-ministro (demissionário) italiano, Mario Monti, esteve também na cerimónia em MIlão e disse que o "perigo da segregação e do antisemitismo ainda existem". "Devemos estar atentos e garantir que certos grupos que emergem de tempos a tempos não provoquem tragédias que a humanidade não deve viver nunca mais".