Berardo diz que dislexia o faz trocar o nome à mulher quando a apresenta a terceiros

Falha de memória no caso BCP. Joe Berardo diz que nunca mais fará denúncias na vida.

Foto
Berardo foi ouvido em tribunal no caso BCP Rui Gaudêncio

O investidor foi ouvido como testemunha da acusação no julgamento em que dois antigos presidentes do BCP, Jardim Gonçalves e Filipe Pinhal, e dois ex-administradores do banco, Christopher de Beck e António Rodrigues, eram acusados dos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O investidor foi ouvido como testemunha da acusação no julgamento em que dois antigos presidentes do BCP, Jardim Gonçalves e Filipe Pinhal, e dois ex-administradores do banco, Christopher de Beck e António Rodrigues, eram acusados dos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos.

O processo foi desencadeado depois de Berardo ter entregado na Procuradoria-Geral da República, em 2007, documentação comprometedora que alegadamente lhe terá sido feita chegar por um anónimo. Mas, depois de ter na altura dado várias entrevistas sobre o assunto, o empresário vem agora alegar falta de memória para esclarecer os juízes encarregados do caso sobre o que se passou. “Se me tivessem dado as perguntas antecipadamente, tinha consultado os meus papéis”, observou, acrescentando que "a dislexia" de que sofre chega a fazê-lo trocar o nome à mulher quando a apresenta a terceiros.

Hoje, diz-se arrependido das denúncias que fez em 2007, por ter chegado a ser confundido com “um ladrão como eles”, os dirigentes do banco. “Nunca mais vou fazer denúncias a ninguém”, declarou na sala de audiências. O advogado de Berardo na altura, que o ajudou nas denúncias, tornou-se entretanto administrador desta instituição bancária.

“Pus o dinheiro no BCP, mas se tivesse sido no BPN teria sido bem pior”, ironizou o empresário, frisando que precisa do apoio dos seus advogados para se orientar no mundo financeiro e judicial, uma vez que nunca estudou para além da quarta classe.