Polícia proíbe protestos em Nova Deli mas não trava manifestações contra violência sexual

Jornalista morto pela polícia no nordeste do país num outro protesto contra uma agressão sexual.

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A vítima, uma estudante de medicina de 23 anos, foi violada a bordo de um autocarro por seis homens há uma semana, antes de ser espancada com barras de ferro, o que lhe provocou graves lesões intestinais. Depois foi atirada para fora do autocarro juntamente com o amigo que a acompanhava.

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A vítima, uma estudante de medicina de 23 anos, foi violada a bordo de um autocarro por seis homens há uma semana, antes de ser espancada com barras de ferro, o que lhe provocou graves lesões intestinais. Depois foi atirada para fora do autocarro juntamente com o amigo que a acompanhava.

Hospitalizada nos cuidados intensivos, a jovem mulher começou a melhorar este fim-de-semana. O suficiente para falar com as autoridades pela primeira vez. “Os seis homens violaram-me, um de cada vez”, disse à polícia, segundo o jornal Hindustan Times. “Depois atiraram-nos do autocarro para a berma da estrada e eu desmaiei.”

As suas declarações correspondem ao testemunho dado pelo seu amigo. Este deu mais pormenores: contou que o condutor do autocarro foi um dos violadores, passando o volante do autocarro a um passageiro, e que durante os mais de 90 minutos em que durou aquele horror, o autocarro não parou tendo mesmo passado por postos de controlo da polícia.<_o3a_p>

Os seis atacantes foram presos e continuam detidos. Segundo a polícia, os homens estavam bêbados na altura dos factos. Terão pegado num autocarro fora de serviço e abriram a porta para o casal entrar. Estes, acabados de sair do cinema, pensaram que estavam a entrar numa carreira regular.<_o3a_p>

O caso provocou uma vaga de indignação no país, onde as vítimas de violações e agressões sexuais raramente conseguem que a justiça condene os culpados.<_o3a_p>

Milhares de pessoas manifestaram-se nos últimos dias exigindo das autoridades mais segurança para as mulheres e um melhor trabalho da polícia e da justiça quando se trata de lidar com queixas de violação e agressão sexual.<_o3a_p>

Jornalista  morto em Imphal<_o3a_p>

Num incidente paralelo, um jornalista de 36 anos foi morto a tiro em Imphal (nordeste do país), durante uma manifestação de apoio a uma actriz vítima de violência sexual, depois de a polícia ter disparado contra os manifestantes.

A actriz, conhecida por Momoko, terá sido atacada nos bastidores de um teatro por um homem armado que a tentou violar, apesar da presença de vários seguranças. Ela debateu-se contra o atacante e conseguiu fugir.<_o3a_p>

Sábado e domingo o que mais se ouviu nos protestos em Nova Deli foi a exigência da pena de morte para os violadores. A prisão perpétua é actualmente a pena máxima para estes casos. Mas vários analistas dizem que alterar a legislação terá consequências em muito poucos casos, já que na maioria não é apresentada queixa, e quando é, muitos casos demoram entre 10 a 15 anos a chegar a tribunal, e a percentagem de condenações é de apenas 34,6%.<_o3a_p>