Juros da dívida portuguesa caem abaixo dos 7%

Condições de acesso ao mercado estão a melhorar desde Janeiro deste ano.

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Um dos objectivos da unidade da AT é acompanhar o cumprimentos das obrigações fiscais Pedro Cunha/Arquivo

De acordo com os números disponibilizados pela agência Reuters, a taxa de juro implícita da OT a 10 anos que se amortiza em Abril de 2021 atingiu um mínimo, esta manhã, de 6,97%. É a primeira vez, desde Fevereiro de 2011, que um título português a dez anos se situa abaixo dos 7%.

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De acordo com os números disponibilizados pela agência Reuters, a taxa de juro implícita da OT a 10 anos que se amortiza em Abril de 2021 atingiu um mínimo, esta manhã, de 6,97%. É a primeira vez, desde Fevereiro de 2011, que um título português a dez anos se situa abaixo dos 7%.

Em média (considerando vários títulos), e ainda de acordo com os cálculos da Reuters, a dívida pública portuguesa a 10 anos apresentou uma taxa de juro mínima de 7,036% esta manhã, encontrando-se por volta das 17h30 nos 7,055%. Na terça-feira, este indicador tinha fechado nos 7,135%.

A melhoria deste indicador verifica-se desde o final de Janeiro deste ano, altura em que a taxa de juro das OT portuguesas chegou a estar nos 17,345%. O anúncio por parte do BCE de que estaria disposto a intervir no mercado obrigacionista e, mais recentemente, o acordo em relação ao prolongamento do empréstimo à Grécia, têm conduzido durante este ano a uma descida generalizada das taxas de juro das dívidas dos países periféricos. Portugal tem sido, no entanto, um dos países com um melhor desempenho a este nível, facto muitas vezes salientado pelos membros do Governo como um sinal do sucesso da aplicação do programa de ajustamento.

Para Portugal, esta descida de taxas surge numa altura em que precisa de preparar um regresso às emissões de dívida pública de longo prazo no mercado primário. A evolução favorável no mercado secundário pode ser um sintoma positivo para o interesse dos investidores numa emissão portuguesa desse tipo. Recentemente, uma operação de recompra feita pelo tesouro português reduziu também as necessidades de financiamento que estavam previstas para o próximo ano.

A barreira dos 7% é muitas vezes vista no mercado como decisiva para avaliar se um país se consegue, de forma sustentada, financiar nos mercados. Teixeira dos Santos, alguns meses antes de, como ministro das Finanças, se ter visto forçado a pedir um empréstimo ao FMI e aos parceiros europeus, chegou a prever que, caso as taxas de juro ultrapassassem a barreira dos 7%, Portugal poderia ter de recorrer a um resgate.