Berlusconi anuncia que é candidato à chefia do Governo

O ex-primeiro-ministro italiano vai candidatar-se de novo a liderar o governo, depois de retirar o apoio ao executivo de Mario Monti

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Berlusconi já assumiu a chefia do Governo italiano cinco vezes GIUSEPPE CACACE/AFP

“Entro em cena para ganhar”, disse Berlusconi, que tinha já dado o Governo do tecnocrata Monti como “terminado” após as moções de confiança de quinta-feira. “Estou a fazer isto por ter sentido de responsabilidade”, assegurou, numa conferência de imprensa no campo de treino do clube de futebol AC Milan, de que é proprietário – e na qual falou também de contratações de jogadores.

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“Entro em cena para ganhar”, disse Berlusconi, que tinha já dado o Governo do tecnocrata Monti como “terminado” após as moções de confiança de quinta-feira. “Estou a fazer isto por ter sentido de responsabilidade”, assegurou, numa conferência de imprensa no campo de treino do clube de futebol AC Milan, de que é proprietário – e na qual falou também de contratações de jogadores.

Berlusconi, de 76 anos, já foi primeiro-ministro três vezes, candidato cinco vezes, e foi obrigado a demitir-se em 2011, quando a Itália estava à beira de uma crise da dívida e a sua credibilidade estava de rastos por ser acusado judicialmente de ter pago para manter relações sexuais com uma prostituta menor.

“Regresso por desespero. A opinião de todos era que encontrássemos um novo líder, como o Berlusconi de 1994, mas não o encontrámos. Temos uma nova liderança, com o fantástico Angelino Alfano, mas ele precisa de tempo para se impor como líder. Todas as sondagens davam o PdL a um nível que não é suficiente para enfrentar a esquerda”, explicou o ex-primeiro-ministro.

Berlusconi disse que deixaria passar o Orçamento do Estado delineado pelo Governo de Mario Monti, mas que quer ver eleições antecipadas – possivelmente a 10 de Março. A validade do executivo sustentado nos principais partidos da legislatura, no entanto, caducaria em Abril.

Mario Monti deve encontrar-se esta tarde com o Presidente, Mario Napolitano, mas fez saber que não está preocupado, escreve o Corriere della Sera. Trata-se de uma situação que se pode gerir, normal em democracia. “Num ano, a Itália saiu de uma crise extremamente grave e fez reformas que nenhum partido sozinho conseguiria fazer e que só foram possíveis graças ao 'desarmamento' das forças políticas, com esta estranha grande coligação”, relata o jornal La Repubblica