PS chama Miguel Relvas ao Parlamento

Em causa as declarações de Nuno Santo,s que diz ser vítima de "saneamento político".

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Deputada do PS quer apuramento dos factos "quer a administração da RTP queira quer não" Paulo Pimenta

A deputada socialista Inês de Medeiros exprimiu, em declarações aos jornalistas no Parlamento, a “indignação” e “preocupação” do PS “em relação aos recentes acontecimentos na RTP”, sublinhando que “nenhum ministro, muito menos o senhor ministro Miguel Relvas, se pode escusar a tomar posição dizendo que esta é uma questão interna”.

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A deputada socialista Inês de Medeiros exprimiu, em declarações aos jornalistas no Parlamento, a “indignação” e “preocupação” do PS “em relação aos recentes acontecimentos na RTP”, sublinhando que “nenhum ministro, muito menos o senhor ministro Miguel Relvas, se pode escusar a tomar posição dizendo que esta é uma questão interna”.

Inês de Medeiros chamou a atenção para a “mudança evidente” que ocorreu na postura da administração da RTP, depois de o ex-director de Informação da televisão pública Nuno Santos ter dito no Parlamento que foi vítima de um “saneamento político”.

A deputada lembrou que depois de “comprovado” o visionamento de imagens da RTP pela PSP, a administração da empresa “organizou um inquérito sumário e duvidoso, por não querer ouvir o jornalista Nuno Santos”.

O inquérito atribuiu “total responsabilidade” a Nuno Santos, mas “face à gravidade das acusações que pendiam sobre ele, a administração não considerou necessário instaurar um processo disciplinar”, o que é “de estranhar”, prosseguiu Inês de Medeiros.

Só “agora”, sublinhou, depois de Nuno Santos ter ido ao Parlamento dizer que se sentia “condicionado na sua liberdade editorial” e de ter “apresentado provas concretas, com a famosa ordem de serviço”, é que a administração da RTP avança com o processo disciplinar.

“A administração da RTP acha que esse facto é que é suficientemente grave para instaurar um processo disciplinar. Ou seja, não só o jornalista Nuno Santos veio dizer que se sentia condicionado na RTP como agora há uma tentativa clara de condicionar futuros possíveis depoimentos nesta casa”, acrescentou Inês de Medeiros.

Para o PS, “os factos hão-de ser apurados, quer a administração da RTP queira quer não. E o senhor ministro Miguel Relvas [que tutela a comunicação social] tem obviamente de vir expressar aqui a sua posição em relação a esta matéria”.

Perante algumas perguntas de jornalistas, a deputada do PS disse não querer “especular” sobre se a administração da RTP tomou esta atitude por sua iniciativa “ou se recebeu indicações directas” do Governo, mas disse poder “constatar” alguns factos.

Entre eles, disse, está que um assessor de Miguel Relvas afirmou que não quer continuar a ocupar-se da RTP. Por outro lado, considerou que “desde a chegada ao poder deste Governo e destes famosos planos de reestruturação da RTP, que ninguém sabe o que é, que ninguém pediu”, a RTP “vive um verdadeiro pesadelo e isso é responsabilidade do senhor ministro Miguel Relvas”.

Nuno Santos anunciou hoje ter recebido do conselho de administração da RTP a “notícia” de que está “suspenso preventivamente a aguardar processo disciplinar para despedimento”.