Atentado em Cabul em resposta a filme anti-islão faz 12 mortos

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Uma mulher fez explodir um autocarro que transportava turistas para o aeroporto Foto: Massoud Hossaini/AFP

O filme Innocence of Muslims foi realizado por um copta radical egípcio a viver nos Estados Unidos e tem enfurecido muçulmanos em todo o mundo, por ridicularizar o seu profeta Maomé, apresentado como um mulherengo e bandido. Gerou protestos da Nigéria à Indonésia, que se estenderam também a cidades europeias. Nalguns países, grupos de radicais salafistas atacaram mesmo as embaixadas e consulados dos Estados Unidos e de outros países ocidentais.

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O filme Innocence of Muslims foi realizado por um copta radical egípcio a viver nos Estados Unidos e tem enfurecido muçulmanos em todo o mundo, por ridicularizar o seu profeta Maomé, apresentado como um mulherengo e bandido. Gerou protestos da Nigéria à Indonésia, que se estenderam também a cidades europeias. Nalguns países, grupos de radicais salafistas atacaram mesmo as embaixadas e consulados dos Estados Unidos e de outros países ocidentais.

Agora na manhã desta terça-feira o grupo que reivindicou o ataque fez explodir um autocarro que transportava turistas numa grande estrada que liga a capital afegã ao aeroporto da cidade, escreve o El País. O atentado foi perpetrado por uma mulher kamikaze, adiantou o grupo rebelde Hezb-e-Islami.

Entretanto, perante a escalada da violência contra o filme, as forças militares dos Estados Unidos já anunciaram a suspensão de operações conjuntas com afegãos devido à perda de confiança depois de vários norte-americanos e outros membros da NATO terem perdido a vida em atentados e combates nos últimos dias.

Um comunicado da polícia, citado pela AFP, adianta que o atentado ocorreu às 6h45 (2h15 em Lisboa) e que matou nove estrangeiros e três afegãos. Houve ainda dois polícias que ficaram feridos. “Os estrangeiros trabalhavam para uma empresa privada no aeroporto”, acrescentou a mesma fonte. O ataque aconteceu perto de uma zona onde os afegãos se reúnem para celebrações religiosas mas as autoridades garantiram que à hora do incidente nunca estão pessoas naquele local.

O grupo Hezb-e-Islami, ao reivindicar o atentado, explicou que este representa uma resposta à difusão do filme norte-americano anti-islão que terá custado 5 milhões de dólares (3,9 milhões de euros). “O atentado foi perpetrado por uma mulher chamada Fátima. Trata-se de uma medida de represálias ao insulto ao nosso profeta”, explicou Zubair Sidiqi, porta-voz do grupo, à AFP. O Hezb-e-Islami é o segundo grupo de insurreição afegã mais importante depois dos taliban.

Do filme de duas horas, há excertos publicados no YouTube numa espécie de trailer em que os muçulmanos são apresentados como imorais e violentos. O profeta Maomé é ridicularizado. Aparece em diversas cenas de sexo, com mulheres e com homens, aprova o abuso sexual de crianças, aponta para um burro como “o primeiro animal muçulmano”. É ainda dito que o Corão não teve inspiração divina, que foi escrito a partir da Tora e do Novo Testamento.