Cantinas universitárias adequam preços à crise

Estudo da Federação Académica do Porto revela que na maioria das cantinas nacionais o preço praticado está abaixo do fixado pela portaria de 2002, que é de 2,425 euros

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Em 26 das 35 instituições analisadas já se servem também jantares Fernando Veludo

Um estudo sobre cantinas universitárias constata a prática, maioritária, de preços abaixo dos valores mínimos referidos em portaria e associa o facto ao quadro de debilidade económica das famílias portuguesas.

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Um estudo sobre cantinas universitárias constata a prática, maioritária, de preços abaixo dos valores mínimos referidos em portaria e associa o facto ao quadro de debilidade económica das famílias portuguesas.

O estudo da Federação Académica do Porto (FAP), facultado à agência Lusa, indica que, em 23 de 28 casos analisados, o preço praticado situa-se entre 2,05 e 2,40 euros, abaixo do valor considerado em portaria de 2002, que é de 2,425 euros (0,5 por cento do Salário Mínimo Nacional).

“O facto de possibilitar refeições tão basilares como a do almoço, a custo relativamente baixo, não deve ser desenquadrado da situação económico-financeira vivida pelas famílias portuguesas”, lê-se nas considerações finais do trabalho.

A Escola Superior de Enfermagem de Lisboa é a que pratica preços mais baixos (2,20 euros) e os valores mais altos (2,45 euros) são cobrados nas universidades dos Açores, Madeira, Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, bem como na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

Alargar acção das cantinas

É um intervalo de preços “bastante significativo”, sublinha a FAP, que também assinala o facto de os serviços de acção social de 26 instituições, de um total de 35, já não se limitarem a servir o almoço, proporcionando também o jantar. Há mesmo instituições, em número que não consta da base de dados do estudo, mas cuja existência é sublinhada no documento, que chegam a garantir almoços aos sábados.

Tendo em conta esta constatação, os autores do estudo referem que “aumentar a abrangência das instituições que possibilitam o acesso ao jantar e às refeições de fim-de-semana parece ser uma dimensão a ter em conta, dada a progressiva redução do orçamento familiar”.

Outra vertente do estudo relacionou-se com o alojamento dos estudantes bolseiros e não bolseiros, registando-se igualmente diferenças de preço “evidentes”. “Enquanto para estudantes bolseiros, os valores diferem em quatro patamares, variando os preços entre 72,75 e 125 euros, no caso dos preços a cobrar para alojamento de estudantes não bolseiros, nota-se uma dispersão por 19 valores distintos”, assinala o estudo.

O relatório sobre a Acção Social Indirecta no Ensino Superior Português foi apresentado no último fim-de-semana, durante o Encontro Nacional de Direcções Associativas. O trabalho de campo para o estudo, que incidiu sobre aspectos quantitativos, deixando os qualitativos para outra avaliação, foi efectuado durante todo o mês de Agosto e nos primeiros seis dias de Setembro.