Sporting manteve uma década de sucesso nas deslocações à Dinamarca

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Carrillo marcou o golo a 11 minutos do fim Claus Fischer/AFP

Sá Pinto disputou muitas jornadas europeias enquanto jogador, mas nenhuma foi tão dramática como aquela que o levou à Dinamarca com o Sporting há quase 11 anos. Entre a partida de Lisboa e a chegada do voo leonino a terras nórdicas, o mundo assistiu assombrado aos ataques terroristas nos EUA e à queda do World Trade Center, em Nova Iorque. No dia seguinte, a equipa iria defrontar o Midtjylland, na Taça UEFA, mas o luto geral adiou a partida para o dia 20 do mesmo mês.

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Sá Pinto disputou muitas jornadas europeias enquanto jogador, mas nenhuma foi tão dramática como aquela que o levou à Dinamarca com o Sporting há quase 11 anos. Entre a partida de Lisboa e a chegada do voo leonino a terras nórdicas, o mundo assistiu assombrado aos ataques terroristas nos EUA e à queda do World Trade Center, em Nova Iorque. No dia seguinte, a equipa iria defrontar o Midtjylland, na Taça UEFA, mas o luto geral adiou a partida para o dia 20 do mesmo mês.

Dessa vez o encontro realizou-se mesmo e correu na perfeição para os portugueses, com Sá Pinto em destaque. O Sporting venceu por 3-0, com o actual treinador a fazer as assistências para os dois primeiros golos. Ao seu lado na equipa alinharam jogadores como Quiroga, Beto (actual director de relações externas do clube), Rui Jorge, Paulo Bento, Rui Bento, João Vieira Pinto e Mário Jardel. Na UEFA, os “leões” não passariam da terceira ronda (eliminados pelo AC Milan), mas, no final dessa época, seriam compensados com a conquista do último título nacional do seu historial.

Muito mudou no mundo e em Alvalade na década que se seguiu, mas manteve-se a tradição dos bons resultados na Dinamarca. Desde a estreia com o Midtjylland, em 2001, a equipa regressou mais quatro vezes e voltou para casa sempre invencível: três vitórias e dois empates; oito golos apontados e apenas um sofrido (nesta quinta-feira).

A forma determinada como os lisboetas abriram o encontro não anteciparia as dificuldades que iriam encontrar pela frente. Com apenas cinco minutos disputados, já tinham criado três grandes oportunidades. O ponta-de-lança Van Wolfswinkel falhou duas (Boulahrouz outra), a última das quais escandalosa, quando ficou completamente isolado perante o guarda-redes dinamarquês, após um passe soberbo de Elias.

Algo atordoado pela velocidade leonina, o Horsens reagiu mais cedo do que se esperaria e, aos 12’, surgiu o primeiro aviso, num lance mal aliviado pela defesa sportinguista. Três minutos depois, surgiria mesmo o golo dos nórdicos, na sequência de uma das inúmeras perdas de bola da equipa portuguesa no encontro. Um lance em que a defesa do Sporting teve igualmente grandes responsabilidades: primeiro, o lateral esquerdo Insúa deixou-se ultrapassar por Fagerberg e depois dois dos seus companheiros permitiram a antecipação de Spelmann, que bateu Rui Patrício.

Os lisboetas voltaram a assumir o controlo dos acontecimentos, mas só de bola parada conseguiram, por duas vezes, cheirar o golo. Em ambas as ocasiões brilhou Ronnow entre as redes, a remates de Insúa (20’) e Jeffrén (45’). Este último foi a grande surpresa na equipa de Sá Pinto para este jogo, remetendo para o banco o seu compatriota espanhol Capel. Mais aguardada foi a chamada do holandês Schaars para o meio-campo, substituindo Gelson Fernandes, que havia sido titular no encontro de abertura da Liga nacional, frente ao Vitória de Guimarães.

Os primeiros 45’ do Sporting terão aumentado consideravelmente os índices de confiança ao Horsens, quarto classificado no campeonato dinamarquês na última temporada (tal como os “leões” em Portugal), que jogava nesta quinta-feira a mais importante partida da sua ainda curta história. Os nórdicos, fundados em 1994, regressaram para o retamento mais pressionantes e determinados, mas voltaram a ser os portugueses os primeiros a criar perigo, com Rojo a possibilitar mais uma defesa incrível do guarda-redes da casa, de apenas 20 anos. Seria definitivamente uma das figuras da noite, com mais um conjunto de grandes intervenções, que mantiveram a vantagem da sua equipa até aos 79’, altura em que foi surpreendido por Carrillo.

Mas 20 minutos antes do golo que acalmou os ânimos sportinguistas, o escândalo chegou a pairar, com o 2-0 dinamarquês a ser evitado pelo poste, primeiro, e por Rui Patrício, pouco depois (61’). Foi o suficiente para Sá Pinto fazer saltar do banco dois trunfos, que viriam a revolucionar o ataque da sua equipa na segunda metade. Primeiro Capel (que assistiria Carrillo no golo) e depois Labyad. O Sporting acabou por marcar o primeiro golo da temporada, mas falta ainda muito trabalho no capítulo da finalização.

POSITIVOCarrillo

Acabou por ser ele a estragar a festa ao Horsens ao apontar o primeiro golo oficial dos “leões” na temporada 2012-13.


Ronnow

Defendeu quase tudo o que o ataque sportinguista produziu. Tem apenas 20 anos e poderá ser um dos jogadores com maior futuro nesta modesta equipa dinamarquesa.


Fagerberg

Cruzou para o golo dinamarquês e atirou uma bola ao poste. Foi a maior fonte de problemas no ataque do Horsens.


NEGATIVOWolfswinkel

Não foi por falta de oportunidades que não marcou. Algum do seu desperdício roçou o escândalo.


Ficha de jogo

Horsens, 1Sporting, 1

Jogo disputado no Horsens Arena, em Horsens (Dinamarca).

Horsens

Ronnow, Nohr, Morten Rasmussen, Agesen, Kortegaard, Kielstrup, Retov, Drachman, Klove (Bjerregaard, 86), Fagerberg (Hajdarevic, 75) e Spelmann. Treinador: Johnny Molby.

Sporting

Rui Patrício, Cedric, Bouhlarouz, Rojo, Insúa, Elias (André Martins, 78), Schaars (Labyad, 58), Adrien, Jeffren (Capel, 66), Carrillo e Van Wolfswinkel. Treinador: Ricardo Sá Pinto.

Árbitro: Antony Gautier (França). Amarelos: Não houve

Golos

1-0, por Spelmann, aos 15 minutos.


1-1, por Carrillo, aos 79'


Notícia actualizada às 23h37