Bielorrússia retira funcionários da embaixada na Suécia

Foto
Na sua casa em Slutsk, a 100 quilómetros de Minsk, a mãe de Antón Suryapin lê uma carta do filho detido Vasily Fedosenko/Reuters

“A Bielorrússia foi forçada a tomar a decisão de chamar os seus funcionários na Suécia, para que regressem todos à Bielorrússia”, segundo uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros bielorrusso, citado pela agência de notícias russa Ria Novosti. “O processo já está em curso”, acrescentou.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“A Bielorrússia foi forçada a tomar a decisão de chamar os seus funcionários na Suécia, para que regressem todos à Bielorrússia”, segundo uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros bielorrusso, citado pela agência de notícias russa Ria Novosti. “O processo já está em curso”, acrescentou.

Paralelamente, o Governo de Minsk aconselhou os diplomatas suecos a abandonar a capital da antiga república soviética e regressar a Estocolmo até 30 de Agosto, ainda de acordo com aquela mesma declaração. Uma versão diferente conta o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco. Carl Bildt divulgou através do Twitter – o governante é um utilizador frequente desta rede social – que "Lukashenko [presidente bielorusso] está agora a expulsar todos os diplomatas suecos da Bielorússia. O medo que tem dos direitos humanos atinge novas proporções", afirma o ministro, numa mensagem publicada às 8h46 desta quarta-feira.

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, lidera desde 1994 um regime que a União Europeia já definiu como “a última ditadura da Europa”.

De acordo com a agência britânica Reuters, Minsk justifica a decisão por considerar que a Suécia agravou o estado das relações entre os dois países ao ter expulsado dois diplomatas e ao ter-se recusado a aceitar um novo embaixador bielorrusso.

A tensão entre a Bielorrússia e a Suécia surge depois de um protesto peculiar organizado por uma empresa de relações públicas sueca. A 4 de Julho, dois suecos atravessaram a fronteira para a Bielorrússia numa avioneta e lançaram cerca de 800 ursinhos de peluche com cartazes a favor da liberdade de expressão e pró-democracia.

O regime de Alexander Lukashenko não deu sinais de complacência e deteve dois cidadãos acusados de colaborar com esta iniciativa. Antón Suryapin, um estudante de jornalismo que divulgou as imagens, e Serguei Bashrimov, um agente imobiliário de Minsk, poderão agora ser condenado a sete anos de prisão.

Além disso, a 1 de Agosto, o Governo de Minsk demitiu dois generais, acusados de não terem evitado o protesto e, dois dias depois, a Bielorrússia expulsou o embaixador da Suécia, Stefan Eriksson, acusando-o de “destruir” a relação entre os dois países.

Nessa altura, o ministério bielorrusso dos Negócios Estrangeiros ainda procurou minimizar o diferendo diplomático ao referir que o embaixador não foi expulso mas que a Bielorrússia decidiu não renovar a sua acreditação, conta a AFP. Andrei Savinykh, porta-voz da diplomacia bielorrussa, disse que Minsk pretende esforçar-se para melhorar as relações bilaterais mas deixou um recado: “Se da parte da Suécia houver uma tentativa de agravar a situação, seremos obrigados a reagir de forma adequada.”