Liberais vencem islamistas nas eleições parlamentares líbias

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O líder da AFN, Mahmoud Jibril, foi primeiro-ministro interino do CNT Chip East/Reuters

A AFN, liderada por Mahmoud Jibril, que chegou a ser primeiro-ministro interino do Conselho Nacional de Transição (CNT), conseguiu 39 dos 80 assentos do parlamento líbio que eram disputados pelos partidos (os outros 120 lugares decidiam-se entre mais de 2500 candidatos individuais), anunciou na terça-feira à noite a comissão eleitoral.

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A AFN, liderada por Mahmoud Jibril, que chegou a ser primeiro-ministro interino do Conselho Nacional de Transição (CNT), conseguiu 39 dos 80 assentos do parlamento líbio que eram disputados pelos partidos (os outros 120 lugares decidiam-se entre mais de 2500 candidatos individuais), anunciou na terça-feira à noite a comissão eleitoral.

Mahmoud Jibril não será deputado. Estava impedido de se candidatar, como todos os que fizeram parte do governo interino ou estiveram ligados ao ex-ditador líbio. A aliança defende a aplicação do "islão moderado" e o "estabelecimento dos fundamentos de um Estado civil democrático".

Em segundo lugar, com 17 assentos, ficou o Partido Justiça e Desenvolvimento, da Irmandade Muçulmana, que os analistas apontavam antes das eleições como favorito, por ser o mais bem organizado de todos os movimentos. A Líbia é assim o primeiro dos países das revoltas árabes em que os islamistas não vencem as eleições, como aconteceu na Tunísia e depois no Egipto.

Os restantes assentos foram distribuídos por pequenos partidos. No novo parlamento sentar-se-ão pelo menos 30 mulheres, graças a uma regra que obrigava os partidos terem mulheres nas listas. Mas entre os candidatos individuais, apenas uma conseguiu chegar ao parlamento.

É ainda difícil perceber quem dominará a assembleia, mesmo já se conhecendo os resultados, uma vez que 120 dos 200 assentos serão ocupados por candidatos individuais.

Assim que entrarem em funções, os deputados deverão nomear um novo governo interino e escolher a equipa que redigirirá a nova constituição, para depois poderem ser marcadas novas eleições.

Segundo a comissão eleitoral, 62% dos 2,9 milhões de eleitores que se tinham registado para estas eleições foram votar.

Desde que o regime de Khadafi caiu surgiram na Líbia 130 entidades políticas – muitas delas tão locais que representam apenas uma cidade ou mesmo um bairro. Apenas dez tiveram dimensão suficiente para apresentar candidatos nos 13 círculos eleitorais.