Cadilhe: cumprimento do programa pode facilitar renegociação

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Miguel Cadilhe, ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva Miguel Dantas

“Admito que, lá para a frente, possamos renegociar algumas vertentes do nosso programa de ajustamento”, afirmou Miguel Cadilhe, nesta terça-feira, na conferência “Um ano do programa de assistência financeira – balanço e perspectivas”, organizada pela Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal, que está hoje a decorrer na Assembleia da República.

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“Admito que, lá para a frente, possamos renegociar algumas vertentes do nosso programa de ajustamento”, afirmou Miguel Cadilhe, nesta terça-feira, na conferência “Um ano do programa de assistência financeira – balanço e perspectivas”, organizada pela Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal, que está hoje a decorrer na Assembleia da República.

“Temos uma história para contar”, disse o ex-ministro das Finanças, dizendo que a forma como Portugal tem cumprido o acordo poderá facilitar a renegociação com a troika.

“Neste momento está a ser impressionante o modo como estamos a cumprir as principais metas de finanças públicas do programa, as metas de défice externo e de reajustamento macroeconómico. Portanto, temos essa história para contar”, explicou.

Miguel Cadilhe admite que, do lado da troika, possa também haver vontade de acolher uma proposta de renegociação e admite mesmo que essa ideia até pode vir da Comissão Europeia e do FMI. “Ficaria muito satisfeito se essa proposta de renegociação viesse do lado da troika”, concluiu.

Para o antigo ministro das Finanças, um ajustamento do programa poderia comportar algum alívio na carga fiscal, que está a ter um impacto negativo na economia. Além disso, poderiam ser introduzidos incentivos fiscais ao investimento, sobretudo nos bens transaccionáveis – uma medida que teria, contudo, de passar no crivo das regras de concorrência da União Europeia.