Cartas de Angola

Há duas boas ideias a trabalhar no filme de Dulce Fernandes, estreado na competição do DocLisboa 2011: uma, recuperar as memórias dos cubanos enviados para Angola nos anos 1970 para participar na guerra civil; a outra, procurar as próprias raízes da cineasta num país que abandonou em criança e do qual não tem memória. Separadamente, dariam dois documentários bem interessantes, como o prova o cuidado trabalho de pesquisa e entrevista aos “veteranos” cubanos. Fundidas num único filme, resultam numa oportunidade perdida onde a pretendida ligação entre ambas as vertentes - o resgatar de um passado perdido ou esquecido por razões alheias a quem o viveu - acaba por se resumir a uma pretensão que poderia existir no projecto mas que o filme acabado nunca consegue realmente concretizar. O filme de Dulce Fernandes chega às salas em “programa duplo” com um outro documentário da produtora Real Ficção sobre a diáspora africana, Kola San Jon é Festa di Kau Berdi, de Rui Simões.

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Há duas boas ideias a trabalhar no filme de Dulce Fernandes, estreado na competição do DocLisboa 2011: uma, recuperar as memórias dos cubanos enviados para Angola nos anos 1970 para participar na guerra civil; a outra, procurar as próprias raízes da cineasta num país que abandonou em criança e do qual não tem memória. Separadamente, dariam dois documentários bem interessantes, como o prova o cuidado trabalho de pesquisa e entrevista aos “veteranos” cubanos. Fundidas num único filme, resultam numa oportunidade perdida onde a pretendida ligação entre ambas as vertentes - o resgatar de um passado perdido ou esquecido por razões alheias a quem o viveu - acaba por se resumir a uma pretensão que poderia existir no projecto mas que o filme acabado nunca consegue realmente concretizar. O filme de Dulce Fernandes chega às salas em “programa duplo” com um outro documentário da produtora Real Ficção sobre a diáspora africana, Kola San Jon é Festa di Kau Berdi, de Rui Simões.